O relatório final da cúpula do G20 Social, que será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deverá incluir uma proposta para a criação de um imposto global de 2% sobre os super-ricos, ou seja, milionários e bilionários.

A medida visa impactar um grupo de aproximadamente três milhões de pessoas que, juntas, detêm cerca de 15 trilhões de dólares em patrimônio. A arrecadação desse imposto seria destinada ao financiamento de iniciativas voltadas ao combate à fome e à pobreza, além de auxiliar no enfrentamento das mudanças climáticas.

O anúncio foi feito pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, durante uma entrevista na manhã desta quinta-feira, 7. Macêdo destacou a relevância da participação da sociedade civil nas discussões do G20 Social, evento que acontecerá entre os dias 14 e 16 de novembro, no Rio de Janeiro.

A proposta de tributação dos super-ricos faz parte de uma série de recomendações que a sociedade organizada está apresentando durante o encontro, com o objetivo de influenciar as políticas globais discutidas pelos líderes das maiores economias do mundo.

O G20 Social foi criado pelo Brasil, que ocupa a presidência rotativa do grupo. A iniciativa tem como objetivo ampliar a participação de atores não-governamentais nas discussões, buscando trazer para o centro das decisões os anseios da população.

O ministro ressaltou que o encontro será uma oportunidade para que as vozes da sociedade civil se integrem ao processo decisório, com a formulação de propostas que envolvem três grandes temas: combate à fome e à desigualdade, desenvolvimento sustentável, e a reforma da governança global.

De acordo com o ministro, a proposta de tributação dos super-ricos busca oferecer uma resposta à crescente desigualdade econômica global, sugerindo um imposto que atinja a pequena parcela da população mundial detentora de grandes fortunas.

Para Macêdo, este é um passo necessário para que os problemas sociais, como a fome e a pobreza, sejam enfrentados com mais recursos. Além disso, a medida visa também contribuir para ações voltadas à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, outro tema central nas discussões do G20 Social.

O evento vai contar com a participação ativa de mais de 200 atividades autogestionadas, promovendo um espaço de debates e propostas sobre as questões globais mais urgentes. Para se credenciar acesse o link por aqui.

A programação do evento incluirá plenárias temáticas e a apresentação do relatório final, que será entregue a Lula para que ele leve as sugestões ao encontro dos líderes do G20, marcado para os dias 18 e 19 de novembro. A cerimônia de encerramento do G20 Social, no dia 16, contará com a leitura do documento final, que reunirá as contribuições de movimentos sociais e cidadãos de diversas partes do mundo.

Além disso, Macêdo anunciou que o G20 Social será mantido nas futuras edições da cúpula, com a próxima prevista para a África do Sul, em 2025. O ministro expressou a esperança de que a participação da sociedade civil se torne uma característica permanente dos encontros do G20.

O evento no Rio de Janeiro será uma vitrine para o engajamento popular e social, e a proposta de tributação dos super-ricos reflete a busca por soluções que envolvam diretamente aqueles que mais concentram riqueza, para financiar políticas públicas que atendam as necessidades globais.

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