Funcionários do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) negociam com o Ministério da Agricultura e Pecuária para evitar nova paralisação. Os trabalhadores fizeram uma paralisação nacional na última quarta-feira, 30, a fim de chamar a atenção do ministério paras as condições de trabalho.

A decisão de paralisar as atividades é uma resposta à série de problemas estruturais que o Instituto tem enfrentado, agravados pela recente redução drástica de seu orçamento e pela demissão de trabalhadores terceirizados. O Inmet opera atualmente com apenas 25% do valor necessário para seu funcionamento adequado, o que compromete serviços essenciais, como monitoramento meteorológico e segurança hídrica e energética. Este cenário ocorre em um contexto de crise climática, onde a demanda por previsões precisas e em tempo real é fundamental para setores como agricultura, transporte e defesa civil.

Segundo a meteorologista Elizabete Alves, um dos motivos é, também, a reestruturação que vem sendo feita no órgão. “É uma reestruturação de baixo para cima, sem conhecer a área técnica do Inmet. Isso dificulta uma estrutura melhor. Dizem estar reestruturando mas não é isso que vemos na realidade. Estão tentando tornar tudo mais tecnológico, deixando de lado o analógico, que é vital para o funcionamento do instituto”, disse.

De acordo com a meteorologista, as negociações estão sendo realizadas via sindicato. “Creio que exista uma mesa de negociação onde nós colocaremos as questões a serem resolvidas. Precisamos dessa mesa para se ter um diálogo e colocar as questões do instituto que precisam ser resolvidas”, completa.

Durante uma reunião da última semana, servidores discutiram a proposta de reestruturação do Inmet, que inclui a migração dos Distritos de Meteorologia para as Superintendências Federais de Agricultura (SFA’s). Essa mudança, segundo os trabalhadores, pode desarticular a estrutura técnica do Inmet, dificultando a atuação do corpo especializado que historicamente tem contribuído para a precisão dos dados meteorológicos.

Agora, servidores esperam que o governo federal tome medidas urgentes para reverter a atual situação do Inmet. Eles enfatizam que, se a atual situação continuar, o país poderá se tornar cada vez mais vulnerável às mudanças climáticas, comprometendo não apenas a segurança hídrica e energética, mas também a economia e a vida da população brasileira.

O Jornal Opção tentou contato com o Ministério da Agricultura e Pecuária mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.

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