Para o governador, aliança proporciona maior musculatura política para a campanha. Ele esteve reunido com peemedebistas no Palácio das Esmeraldas

Marconi cumprimenta ex-coordenador da campanha de Friboi, Robledo Rezende. Ao lado deles, Frederio Jayme (à esquerda) e o ex-deputado Francisco Bento, o Chiquinho, do PMDB | Foto: Wagnas Cabral/Divulgação
Marconi cumprimenta o friboizista Robledo Rezende. Ao lado deles, Frederico Jayme (à esquerda) e o ex-deputado Francisco Bento, o Chiquinho, do PMDB | Foto: Wagnas Cabral/Divulgação

O principal articulador político do empresário e ex-pré-candidato ao governo estadual Júnior Friboi (PMDB), o advogado Robledo Rezende, disse que vai pisar fundo para a reeleição do governador Marconi Perillo (PSDB). Ele foi autorizado pelo empresário a declarar apoio ao projeto político do tucano e a aglutinar novos apoiadores da oposição à coligação.

O acordo que causou reboliço no meio político ao ser divulgado na noite de quarta-feira (16/7) foi oficializado em reunião na manhã desta quinta-feira (17), no salão Dona Gercina Borges, no Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica.

Ex-secretário de Agricultura na gestão do ex-governador Maguito Vilela (PMDB), Robledo foi coordenador da pré-campanha de Friboi, que recuou da candidatura em maio, e é articulador número um do empresário no interior e na capital. Com a nova aliança, a quantidade de dissidentes na legenda deve aumentar. Sem adiantar nomes, disse que o efetivo vai contar com a presença de prefeitos –– atualmente são 14 ––, vices, vereadores, ex-prefeitos e outras lideranças. “Vou pisar fundo para que o governador seja reeleito, se possível no primeiro turno”, relatou, em entrevista a jornalistas.

Friboi não foi ao encontro, pois está cumprindo agenda da empresa nos Estados Unidos, de onde deve voltar no fim de agosto. A informação é de que o empresário, até o momento, decidiu que não entrará na campanha. No entanto, após seu retorno, a expectativa é que ele se pronuncie sobre o apoio.

Acompanhado do peemedebista Frederico Jayme, um dos fundadores do MDB (partido criado durante a Ditadura Militar que mais tarde deu origem ao PMDB) em Goiás e crítico assíduo do candidato ao governo do PMDB nessas eleições, Iris Rezende, estava o ex-deputado e ex-secretário de Turismo de Goiânia na gestão de Paulo Garcia (PT), Francisco Bento.

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Com o sinal verde, Robledo vai focar na conversa e convencimento dos políticos que caminhavam com Friboi desde a época do PSB. O advogado analisou que o seu apoio está diretamente ligado à imagem do empresário, que se filiou ao PMDB em maio de 2013 e se lançou como pré-candidato (com aval de Iris) ao governo ao final daquele ano. Devido a intrigas internas, anunciou por meio de carta sua saída da disputa.

Robledo relatou que a partir de agora volta a fazer o trabalho de contato pessoal que era feito quando Friboi era pré-candidato. “Já conheço o caminho”, resumiu. Para o governador, a aliança agrega valor e musculatura política e eleitoral. O tucano destacou que a rotina de campanha não será alterada, mas sim ampliada.

Homem de brio

Em entrevista coletiva, Marconi observou que o apoio do novo contingente é expressivo e vai proporcionar maior capilarização de votos. “Ao vir aqui, liberado pelo Júnior, isso significa que há uma pré-disposição dele para apoiar nosso projeto. Se não, não teria liberado seus braços-direito. Inclusive, no comando da campanha”, pontuou. O tucano ainda considerou que o empresário tem força no PMDB e que está seguro de que a decisão vai possibilitar uma aproximação maior com seu partido de origem.

Marconi se ateve a reconhecer como correta a saída do empresário da disputa. “O partido estava se esfacelando e ele não queria ser o responsável por isso. Os que deram a palavra de apoio refluíram, voltaram atrás, não cumpriram”, lembrou, citando-o como um “homem de brio”.

Arcaico

A ausência de propostas modernas na campanha e o discurso considerado retrógrado de Iris são um dos motivos do abandono. “Como integrantes do partido, entendemos que o PMDB deve se adequar à modernidade”, afirmou Robledo. O apoio a Marconi também justifica-se pelo projeto político do tucano não estar baseado no “ódio” e no “rancor”, ao contrário do projeto de Iris, segundo análise dele.

“Chego a ousar dizer, governador, que o senhor terá o PMDB [inteiro] te apoiando, [ou pelo menos] uma grande parte, dos que pensam no moderno e querem mudanças profundas em Goiás”, avaliou, complementando que se Iris tivesse tais características, eles não estariam com o Marconi.