Estudo aponta que vendas de carros elétricos e híbridos no Brasil superarão veículos a combustão até 2030
30 setembro 2024 às 20h30
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Um estudo da consultoria Boston Consulting Group (BCG), encomendado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), revela que as vendas de veículos leves híbridos e elétricos no Brasil poderão superar as de veículos movidos a combustão até 2030, com uma projeção de 1,5 milhão de unidades vendidas até o final da década.
Essa mudança significativa nas vendas de carros eletrificados pode atingir mais de 90% do mercado em 2040, impulsionada por fatores como a adoção de novas tecnologias de motorização e o uso crescente de biocombustíveis. Em 2023, veículos híbridos e elétricos representaram 4,3% das vendas totais de automóveis no Brasil, de acordo com a Anfavea.
Nos primeiros nove meses de 2024, essa participação subiu para 7,2%, evidenciando o crescimento acelerado do setor. No segmento de veículos pesados, como ônibus urbanos, a previsão é de que as tecnologias de propulsão elétrica e híbrida dominem 60% das vendas até 2040, com a expectativa de que os ônibus elétricos representem mais de 50% das vendas até 2035.
O estudo também destaca que o setor automotivo é responsável por cerca de 13% das emissões totais de CO2 no Brasil, liberando aproximadamente 242 milhões de toneladas de CO2 anualmente. Se o ritmo atual de crescimento das emissões for mantido, esse número poderá subir para 256 milhões de toneladas em 2040.
No entanto, com a ampliação do uso de tecnologias de propulsão elétrica e a maior adoção de biocombustíveis, estima-se que seja possível reduzir em até 280 milhões de toneladas de CO2 ao longo dos próximos 15 anos. Esse número pode chegar a 400 milhões de toneladas com medidas adicionais, como renovação de frota, inspeção veicular e aumento do poder calorífico dos biocombustíveis.
Para que o Brasil possa alcançar essas metas, o estudo destaca a importância do desenvolvimento de um ecossistema robusto, que englobe toda a cadeia de fornecedores, infraestrutura de recarga, geração e distribuição de energia, além da produção de biocombustíveis.
“O estudo demonstra o papel que o setor automotivo está desempenhando no desenvolvimento de tecnologias rumo à descarbonização, oferecendo soluções que não apenas atendem às necessidades de mobilidade, mas que também reforçam o compromisso em promover uma significativa redução das emissões de gases de efeito estufa, beneficiando a sociedade como um todo e as futuras gerações”, afirmou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
Anfavea e BCG apresentarão os resultados deste estudo aos representantes do governo brasileiro ainda esta semana, em Brasília, com o objetivo de discutir as políticas e incentivos necessários para acelerar essa transformação no setor automotivo do país.
“Tenho certeza de que a sociedade vai exigir a redução de CO2 do nosso setor”, disse Luiz Carlos Moraes, um dos vice-presidentes da Anfavea.
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