Entidade diz que desembargador que constrangeu advogada “desonra magistratura”
07 setembro 2017 às 14h18

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Instituto dos Advogados Brasileiros repudiou atitude de magistrado goiano que criticou roupa de advogada
Por meio de nota à imprensa, o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) repudiou a ação do desembargador goiano que se recusou a ouvir a sustentação oral de uma advogada por considerar que a roupa que ela vestia (um vestido sem mangas) era inadequado ao “decoro forense”.
Segundo o presidente da entidade (sediada no Rio de Janeiro), Técio Lins e Silva, o desembargador do TRT-GO Eugênio Cesário cometeu abuso de poder, desonrou a magistratura e atingiu toda a advocacia.
Leia a íntegra da moção:
“O Instituto dos Advogados Brasileiros, em conformidade com a solicitação da sua Comissão da Mulher, manifesta seu repúdio relativamente à manifestação do desembargador Eugênio Cesário, do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (GO), por ter afirmado que deixaria o plenário de julgamento pelo fato de uma advogada não estar trajada (uma camisa sem mangas) de acordo com o que ele reputa serem as regras de decoro.
O abuso de poder verificado atingiu o exercício da advocacia, pois a advogada foi impedida de utilizar as vestes talares e de usar da palavra em favor do seu constituinte.
O comportamento do mencionado desembargador, a par de desonrar a magistratura e atingir a advocacia, ofende a mulher advogada, devendo ser objeto de repulsa de toda a classe.”
Rio de Janeiro, 6 de setembro de 2017
Técio Lins e Silva
Presidente nacional do IAB