Entenda por que Alexandre de Moraes assumiu a relatoria do caso de Gustavo Gayer
26 outubro 2024 às 11h06
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, se tornou o relator do processo que investiga suposto desvio de cota parlamentar por parte do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). O nome do parlamentar goiano surgiu publicamente como investigado na última sexta-feira, 25, quando a Polícia Federal realizou mandados de busca e apreensão contra o bolsonarista. Moraes, um dos maiores desafetos entre os seguidores do ex-presidente Bolsonaro, assume o caso dentro do STF porque já estava à frente do processo que investiga os ataques do dia oito de janeiro de 2023.
Moraes, agora relator, afirma que a investigação contra Gayer está ligada ao inquérito do oito de janeiro. Pouco tempo após assumir o caso, o juiz revogou o sigilo sob o qual corria a investigação contra Gayer de desvio de verba parlamentar. O bolsonarista e influenciador havia reclamado momentos antes do sigilo em que corria o inquérito.
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Gustavo Gayer gastou quase R$ 700 mil apenas da cota parlamentar em dois anos de mandato
O caso que investiga desvio de cotas parlamentares por parte de Gayer começou a ser investigado quando o telefone do proprietário de um site de notícias em Goiás foi apreendido. No telefone de Paulo de Souza Cavalcante, dono do portal “Goiás Online”, havia mensagens que comprometeram o gabinete de Gayer, levando à investigação que estourou na última sexta-feira, 25.
O celular de João Paulo foi apreendido no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de estado que aconteceu no oito de janeiro. A suspeita é de que João Paulo tenha financiado, incitado e participado do movimento golpista.
Crimes
Entre os crimes associados a Gayer pela PF estão: Peculato desvio (associado à contratação do assessor João Paulo de Sousa Cavalcante e também ao uso de verba pública para remuneração de escola particular onde Gayer é sócio), falsificação de documento particular (ligada à aquisição de título de Organização da sociedade civil de interesse público), e associação criminosa.
Sobre o caso do assessor João Paulo, a PF afirma que Gayer tentou contratá-lo como parte de sua equipe na Câmara, mas não foi possível, já que João Paulo tinha condenações na Justiça. Impedido, o deputado contratou o assessor através da empresa Goiás Online.
A investigação
Nesta sexta-feira, 25, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) se tornou alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), que investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos. A ação incluiu buscas e apreensões em diversos municípios goianos e no Distrito Federal, resultando na apreensão de R$ 72 mil em espécie na residência de um dos assessores de Gayer.
A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após pedido da PF com o aval da Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com informações preliminares, a PF cumpriu 19 mandados de busca e apreensão nas cidades de Brasília, Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás, Aparecida de Goiânia e Goiânia. Entre os itens confiscados estão celulares, cartões de memória e HDs externos.
Além disso, o próprio Gayer teve seu celular apreendido na quinta-feira, 24, um dia antes da operação, que faz parte das investigações sobre o suposto uso indevido de emendas parlamentares e o envolvimento de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) criada pelo grupo.
Após o início das buscas, Gustavo Gayer publicou um vídeo em suas redes sociais, onde relatou ter sido surpreendido pelos agentes da PF em sua residência logo no início da manhã. Ele disse não ter conhecimento sobre o motivo exato da operação, insinuando que o caso teria motivações eleitorais. Gayer sugeriu ainda que a operação teria o objetivo de prejudicar sua imagem perante o eleitorado.