Os advogados Marcus Aprigio Chaves, de 41 anos, e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, de 47 anos, foram mortos, no dia 28 de outubro de 2020, no o escritório onde trabalhavam, em Goiânia.

Na última quarta-feira, 31, dois anos e sete meses depois do crime, os réus foram condenados em júri popular. O Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos Contra a Vida do Tribunal de Justiça do Goiás julgou os últimos três envolvidos no crime.

Nei Castelli, apontado como mandante, foi condenado a 21 anos, 10 meses e 15 dias, por homicídio duplamente qualificado; Cosme Lompa Tavares de a 21 anos, 10 meses e 15 dias, por homicídio duplamente qualificado.

Hélica Gomes foi absolvida, a réu era namorado do executor do crime, Pedro Henrique. Em 2022 ele foi condenado em júri popular a 45 anos, 6 meses e 10 dias de prisão. Pedro atuou ao lado de outro assassino, identificado como Jaberson Gomes – que não chegou a ser julgado, pois foi morto na época do crime durante uma perseguição policial.

O crime

No dia do assassinato, o atirador, Pedro Henrique, e o comparsa, Jaberson Gomes, ligaram para o escritório das vítimas e perguntaram por Marcus. Como dito no processo, a dupla teria se passado por clientes e usado um nome falso: Fernando Morais.

Ao serem informados de que o advogado não estava, os criminosos deixaram um telefone para retornar a ligação. Mais tarde, a secretária das vítimas usou o número para agendar uma reunião, em 28 de outubro, data do crime. Então, os assassinos chegaram ao escritório, e pediram dinheiro para as vítimas, roubaram R$ 2 mil e mataram os dois advogados. Marcus foi baleado na cabeça e no nariz, e Frank, no abdômen.

Em 30 de outubro, Pedro Henrique foi preso, e Jaberson morreu pouco depois, durante uma perseguição policial.

Investigação

Com a investigação, a policia percebeu que o crime foi encomendado. Ao mesmo tempo, foi recebida uma denúncia anônima, e agentes chegaram a Hélica, acusada de ajudar na fuga dos executores. A investigada levou a polícia até Cosme.

Detido, Cosme teria confessado que o fazendeiro Nei Castelli o procurou, na tentativa de encontrar alguém para executar Marcus e Frank Alessandro.

Então, a PC concluiu que depois de perder uma ação que o obrigava a pagar honorários de R$ 4,6 milhões às vítimas, o fazendeiro encomendou o crime.

Júri

O primeiro dia de julgamento foi marcado por choro e bate-boca entre defesa e acusação. A defesa de Nei apresentou prints de conversas no Whatsapp obtidas durante a fase de inquérito. Representantes do Ministério Público questionaram as provas e informaram que elas não tinham sido juntadas ao processo. Com a confusão, a sessão foi interrompida temporariamente.

Ao retomar o equivoco foi esclarecido e os documentos já tinham sido disponibilizados ao MP. O juiz esclareceu que o tamanho dos arquivos não cabiam no processo, mas foram enviados as partes.

À noite, Hélica e Cosme foram interrogados e declararam não terem envolvimento com o planejamento dos homicídios.

No segundo dia de julgamento após consideração da defesa e acusação. A acusação pediu aos jurados que absolvessem Hélica e condenassem Nei e Cosme.