Em nota, Irã reitera que ataque com mísseis no Iraque foi retaliação à morte de Soleimani
08 janeiro 2020 às 08h47
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Dez mísseis balísticos atingiram nesta terça-feira, 7, duas bases aéreas dos Estados Unidos no Iraque
A Guarda Revolucionária Islâmica do Irã informou por meio de nota, nesta quarta-feira, 8, que a Força Aérea do país bombardeou a Base Aérea de al-Asad com vários mísseis, em retaliação ao assassinato do herói Qassem Soleimani”. O nome da operação foi “Mártir Soleimani”.
“Nós alertamos os arrogantes EUA de que quaisquer novas provocações levarão a retaliações mais graves e destrutivas”, diz trecho do comunicado. O Irã deu sinais de que Israel, apoiado pelos EUA, poderia se tornar alvo de um ataque militar. “Nós não distinguimos os governos americano e sionista”.
Ataque
Dez mísseis balísticos atingiram nesta terça-feira, 7, duas bases aéreas dos Estados Unidos no Iraque. Um dos locais atingidos é a base áerea Al Asad, na província de Al Anbar, e a outra é uma instalação militar próxima de Irbil.
O ataque aconteceu horas depois do funeral do general iraniano Qassem Soleimani. Segundo a Guarda Revolucionária do Irã, a investida é uma resposta ao assassinato de Soleimani em um ataque dos EUA. Ainda não se sabe o número de vítimas e a extensão dos danos.
A Casa Branca retuitou uma mensagem da secretária de imprensa dos EUA, Stephanie Grisham, que diz que o governo norte-americano está ciente das notícias do ataque às instalações no Iraque. “O presidente [Donald Trump] foi informado e está monitorando a situação de perto e consultando sua equipe de segurança nacional.”
A Autoridade Federal de Aviação dos EUA emitiu restrições de emergência para o espaço aéreo do Golfo Pérsico, restringindo os voos comerciais na região, citando “potencial de erro de cálculo ou identificação incorreta”.
O ministro do Exterior do Irã, Javad Zarif, disse no Twitter, em um post por volta das 23h30 desta terça, que Teerã concluiu sua retaliação pelo assassinato de Soleimani. “O Irã tomou e concluiu medidas proporcionais em legítima defesa, de acordo com o artigo 51 da Carta das Nações Unidas, a partir da qual foram lançados ataques covardes contra nossos cidadãos e altos funcionários”, disse Zarif no tweet. “Não buscamos escalada ou guerra, mas nos defenderemos de qualquer agressão”.
O presidente norte-americano Donald Trump publicou em sua conta pessoal no Twitter às 23h46 que tudo estava bem. “Mísseis lançados do Irã em duas bases militares localizadas no Iraque. Avaliação das vítimas e danos ocorridos agora. Por enquanto, tudo bem! Temos, de longe, as forças armadas mais poderosas e bem equipadas do mundo! Farei uma declaração amanhã de manhã.” Havia a previsão de que o presidente dos EUA fizesse um pronunciamente na noite desta terça.
O ataque ocorreu dias após um ataque com drone feito pelos Estados Unidos no Iraque que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani, uma das principais lideranças militares do Irã na semana passada. A morte de Soleimani causou forte reação no Irã e no Iraque. O presidente da República Islâmica do Irã, Hassan Rouhani, disse que a “resistência contra os excessos dos Estados Unidos vai continuar” e que “o Irã vai se vingar deste crime hediondo”.
As cerimônias fúnebres de Qassem Soleimani reuniram milhares de pessoas no Iraque e no Irã, que saíram às ruas para se despedir de Soleimani e protestaram contra os EUA.
Nesse domingo, o presidente dos EUA Donald Trump prometeu “forte retaliação” caso o Irã contra-atacasse e, no sábado, disse que se o Irã cumprir a ameaça de vingar a morte do general Qassem Soleimani, a resposta militar será “rápida e forte”, contra 52 alvos iranianos. (Com informações da Agência Brasil de Notícias)