Em junho, a produção industrial forte eleva projeçao do PIB no 2º trimestre
03 agosto 2024 às 09h57
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Nesta sexta-feira, 2, o IBGE anunciou 4,1% de alta na produçao industrial de junho. De acordo com o relatório, este é um bom momento para a manufatura de bens de consumo. Além disso, comprova a recuperação de atividades no Rio Grande do Sul, que foi afetado por enchentes.
Sendo assim, os economistas especulam que as projeções para o PIB do 2º trimestre será maior do que suas estimativas originais. A XP Investimento, inclusive, relata que todas as categorias industriais se recuperaram em junho.
De acordo com apuraçao da InfoMoney, no momento, o destaque da atividade econômica está com a produçao de bens de consumo. Isso porque o setor mostrou um aumento de quase 7% na comparaçao mensal, ou 2,3% no trimestre.
O desempenho, melhor do que o esperado, fez com que empresas e economistas reavaliassem suas previsões. O XP Tracker, por exemplo, subiu sua projeçao de 0,6% para 0,7% no trimestre.
Por isso, a projeção do PIB em 2024 ganhou viés de alta. Atualmente o aumento do PIB está em 2,2%.
Projeções
Para Igor Cadilhac, economista do PicPay, os resultados positivos da indústria em junho refletem a recuperação dos impactos da calamidade climática no Rio Grande do Sul. “O setor mais afetado, a indústria de transformação, que havia recuado 2,5% em maio, avançou 4,5%, dando continuidade ao processo de recuperação iniciado no começo do ano”, compara.
Enquanto isso, o Itaú vê o aumento da produção industrial de forma generalizada em junho. Ou seja, impulsionado tanto pela indústria quanto pelos setores extrativos, além do retorno das atividade do Rio Grande do Sul. “O forte resultado do mês aponta para uma atividade resiliente no 2º trimestre do ano e adiciona um viés de alta para o PIB de 2024”, afirma o banco.
O Bradesco, por sua vez, espera que o crescimento da indústria contribua para a evolução do PIB. “Os investimentos devem crescer, mas num ritmo menor. Nossa projeção é que a economia cresça 2,3% no ano”, estima o banco. Portanto, a evolução do PIB de junho deve ser mais próxima do observado no trimestre que se encerrou em março.
Felipe Salles, economista chefe do C6 Bank, avalia que esse resultado reforça a tendência de um PIB robusto no segundo trimestre do ano.“Acreditamos que a atividade econômica brasileira pode ter crescido mais de 1% entre abril e junho de 2024”.
Gustavo Cruz, estrategista chefe da RB Investimentos, relaciona a recuperaçao à retomada. Não apenas do Rio Grande do Sul, mas também do setor de petróleo e biocombustíveis , que enfrentaram paralisações, porém voltaram à ativa em junho.
“Apesar dos danos no Rio Grande do Sul, houve uma recuperação rápida, em formato de V, o que mitiga impactos negativos no PIB de 2024. Por isso, mantemos nossa projeção de crescimento em 2,5% e esperamos que o mercado se aproxime desse número em breve”, afirma ele.