Em Goiás, a aplicação de multas por velocidade acontece em um tempo tão curto quanto um piscar de olhos involuntário, que dura, em média, 250 milésimos de segundo. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran), o estado registrou quase cinco multas por segundo (equivale a 1 mil milésimos) durante o decorrer de 2024 (entre 1º de janeiro e 18 de outubro). Ao foram, foram 1,5 milhão de infrações.

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O dado representa 62,5% (2,4 milhão) de todas as multas aplicadas em solo goiano este ano. As infrações leves – cuja velocidade não exceda 20% da permitida – lideram o número de registros desta modalidade, com 1,2 milhão de penalidades. 

Os registros considerados graves, quando o motorista excede a velocidade entre 20% e 50%, surgem na segunda posição, com 253,4 mil multas. A infração gravíssima, que excede em 50% do permitido, possui 48,5 mil infrações.

“Como as rodovias estão em melhores condições, eles aceleram mais. Há a questão também do aumento da quantidade de radares fixos, móveis. A quantidade de veículos no estado (1,4 milhão) também influencia nesta maior quantidade de multas, assim como nas mortes”, afirmou o presidente do Detran, Delegado Waldir. 

Multas geram R$ 233 milhões 

As penalidades por velocidade acompanham, além de pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e até mesmo a perda do documento, multas. A infração leve, por exemplo, obriga o condutor a arcar com R$ 88,38, enquanto que a grave e a gravíssima geram dívidas de R$ 195,23 e R$ 880,41, respectivamente.

Se contabilizados os três níveis de penalidade, o estado arrecadou R$ 233 milhões apenas em 2024. Ou seja, Goiás, em tese, ganhou mais de R$ 1 mil por dia com multas por velocidade. A arrecadação é teórica, visto que podem ter condutores com veículos irregulares. 

“O valor da multa é mixaria, irrisória. Em caso de reincidência, é aumentado o prazo de suspensão da CNH. Na primeira multa gravíssima, a carteira é suspensa de dois a oito meses e, na segunda, é de oito a 18 meses. Se o condutor já estiver com a CNH suspensa e for pego, ele pode ser autuado”, reforçou Waldir. 

Consequências graves 

O presidente do Detran diz que a imprudência no trânsito traz graves consequências, principalmente na mortalidade. Goiás contabilizou 162 óbitos nas vias goianas em 2024 – resultado de 15.409 acidentes, conforme o Ministério dos Transportes. Em todo o decorrer de 2023, segundo a pasta, o estado teve 100.382 sinistros e 1.052 óbitos. 

“[Isso acarreta] na superlotação dos hospitais de urgência, além do dano material que cada um pode sofrer em determinado acidente. A fiscalização é uma ferramenta de combate a esses e outros crimes”, concluiu.