Eduardo Bolsonaro diz que Leonardo DiCaprio é um dos culpados pelo fogo na Amazônia
28 novembro 2019 às 19h42
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Alegações são contestadas pelo WWF, pelo governador Hélder Barbalho e pelo Ministério Público Federal
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (Sem partido), em postagem no Twitter, disse nesta quinta-feira, 28, que o ator americano Leonardo DiCaprio é responsável pelas queimadas na Amazônia. Ele acusa a WWF de financiar Ong brasileira para colocar fogo na floresta, em referência às prisões de ambientalistas em Alter do Chão, no Pará. No entanto, as investigações estão sendo contestadas pelo Ministério Público Federal (MPF).
Segundo o parlamentar, o ator teria doado “USD 300.000 para a ONG que tocou fogo na Amazônia”. A WWF contestou a afirmação através de nota. A instituição “não adquiriu nenhuma foto ou imagem da Brigada, nem recebeu doação do ator Leonardo DiCaprio. Tais informações que estão circulando são inverídicas”.
Leonardo DiCaprio doou USD 300.000 para a ONG que tocou fogo na Amazônia, a ONG @WWF pagou R$ 70.000 pelas fotos da floresta em chamas.
Macron e Madonna foram mais espertos, só pegaram na internet umas fotos tiradas décadas atrás de alguma floresta pegando fogo e postaram mesmo. pic.twitter.com/8bPF6jrjPV
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) November 28, 2019
Já o governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), destitui o delegado que preside o inquérito que pediu a prisão preventiva de quatro brigadistas de uma Ong que atua em Alter do Chão. Saiu José Humberto de Melo e entrou no lugar dele Waldir Freire Cardoso. “O caso requer atenção e toda a transparência necessária. Ninguém está acima da lei, mas, ao mesmo tempo, ninguém pode ser vítima de pré-julgamento ou ter seu direito de defesa cerceado”, disse o governador.
O MPF contesta as investigações realizadas pela Polícia Civil paraense no caso. A instituição pediu acesso integral ao inquérito. Em nota, divulgada nesta quinta, afirma que, no inquérito realizado desde setembro pela Policia Federal (PF), “nenhum elemento apontava para a participação de brigadistas ou organizações da sociedade civil.”
“Ao contrário, a linha das investigações federais, que vem sendo seguida desde 2015, aponta para o assédio de grileiros, ocupação desordenada e para a especulação imobiliária como causas da degradação ambiental em Alter”, diz a nota.