Dunga diz que Brasil não deve se considerar terra arrasada após derrotas
22 julho 2014 às 19h25
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“Não devemos nos colocar como uma terra arrasada. Temos muitas coisas boas e outras que temos que modificar.”
Ao ser apresentado como técnico da seleção brasileira na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na manhã desta terça-feira (22/7), no Rio de Janeiro, Dunga afirmou que o Brasil não deve se considerar uma terra arrasada depois da derrota histórica de 7×1 para a Alemanha no Mineirão, no jogo da Copa do Mundo.
“Não devemos nos colocar como uma terra arrasada. Temos muitas coisas boas e outras que temos que modificar. A gente viu na Copa do Mundo o quanto é importante o talento, mas também o planejamento. O quanto é importante no futebol moderno, o marketing, mas também o quanto é importante o trabalho dentro de campo, e os resultados para que esse marketing seja sustentado”, disse o técnico depois de agradecer a confiança depositada pela CBF.
Dunga disse, porém, que é preciso um trabalho de conscientização dos atletas, dos jornalistas e dos torcedores para que não se crie falsas expectativas em relação ao futebol.
“A camisa é respeitada e vai ser sempre respeitada. Mas eles tanto nos respeitam que querem ganhar de qualquer forma. E nós é que temos que estar preparados e ter a humildade de ser melhor a cada dia. Sermos mais compactos, trabalhar mais e ter mais comprometimento. Temos que ter essa percepção e não achar que vamos entrar com a camisa e vamos ganhar. Não vendermos uma ideia de que vamos ganhar a Copa do Mundo antes de ela acontecer. Não acontece nada antes de começar o jogo”, explicou.
O técnico afirmou ainda que o futebol de hoje em dia não pode mais depender de ídolos, e que quem tem que criá-los são eles próprios, com seu desempenho em campo.
“A gente não pode achar que vai encontrar um Pelé a toda hora. Pelé é um mito. A gente não pode querer um Pelé a cada dia e criar um ídolo a cada dia. Um ídolo a gente não cria, é ele que tem que ir conquistando espaço pela sua performance”, disse ao acrescentar que confia no talento dos jogadores brasileiros.
“O Brasil sempre vai ter jogadores de grande talento. Temos que aliar a este talento o comprometimento, a humildade, o equilíbrio profissional e de demonstrar as suas emoções no momento certo para o torcedor”, disse.
Um dos pontos comentados pelo técnico foi sua relação com a imprensa, que foi marcada por alguns atritos em sua última gestão. Dunga assumiu a culpa por esses desentendimentos e disse que aprendeu muito, e que está aberto a sugestões: “Estamos prontos para receber críticas e sugestões em prol da seleção brasileira”. Sobre a resistência de parte da população à sua indicação, Dunga disse que “as pesquisas estão aí para serem derrubadas” e que a única forma de fazer isso era apresentando um bom resultado”.