O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, criticou as discussões sobre o fim da escala de trabalho 6×1. Ele afirma que a medida é “populista” e que os representantes do Congresso Nacional deveriam se preocupar com outros assuntos.

“Tenho acompanhado as discussões em torno da jornada de trabalho 6×1 e vejo que estão criando uma polêmica onde não precisa”, disse o empresário, por meio de vídeo no Instagram. “Os parlamentares deveriam estar mais preocupados em solucionar os problemas já existentes. Não deveriam criar uma nova situação que pode impactar diretamente a vida dos trabalhadores e também a sustentabilidade das empresas”, defendeu.

Segundo o lojista, o brasileiro não quer trabalhar menos e cita um relato que teria recebido de uma colaboradora. A funcionária teria dito que prefere “trabalhar aos domingos do que pedir emprego na segunda-feira”. A fala teria ocorrido na inauguração de uma loja no Rio Grande do Sul.

Hang também contou que a sua empresa fez cálculos sobre a mudanças previstas no projeto de lei. Ele aponta que a alternação causaria 70% de custo adicional. Algo que aumentaria o preço dos produtos e afetaria também as empresas. Ao mesmo tempo, ele ressalta que há falta de mão-de-obra disponível para realizar a mudança.

Em resposta ao vídeo publicado nas redes sociais, as pessoas comentaram sobre histórias próprias trabalhando na escala 6×1. Em um dos casos, uma ex-funcionária elogiou o tempo que trabalho na Havan, mas classificou a jornada como “desumana”. “Não temos tempo para a família, lazer ou qualquer outra atividade”, afirmou.

Em outros comentários, as pessoas afirmaram que a escala 6×1 é “escravidão”. Outros ex-funcionários disseram que saíram da empresa porque a jornada de trabalho é “desumana”. “Os colaboradores são desanimados com a falta de vida dentro da empresa”, comentou.

O assunto sobre a mudança da jornada virou discussão nacional após a deputada Erika Hilton (Psol-SP) reunir o número mínimo de assinaturas para a proposta (171). O texto da matéria será encaminhado para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados para análise da legalidade da proposta.

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