Dois dos três senadores goianos votaram a favor da reforma trabalhista no Senado
02 setembro 2021 às 10h47

COMPARTILHAR
Da bancada goiana no Senado, apenas Jorge Kajuru (Podemos) votou contrário a reforma; Vanderlan Cardoso (PSD), no início da tarde desta quinta-feira (02), justificou que votou favorável ao projeto depois que foi retirado itens que ameaçavam os direitos dos trabalhadores.

Dois dos três senadores goianos estão entre os 27 parlamentares que votaram a favor de uma nova reforma trabalhista, que foi rejeitada no Senado Federal em votação na noite de quarta-feira, 1º, por 47 votos contrários. É mais uma derrota para o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Da bancada goiana no Senado, apenas Jorge Kajuru (Podemos) votou contrário a reforma. Já os senadores Luiz do Carmo (MDB) e Vanderlan Cardoso (PSD) votaram sim pela reforma.
Veja os principais destaques da reforma
O texto que havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 12, criaria novos regimes de contratação para jovens e vagas sem direito a férias, 13º salário e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Além de outra modalidade de trabalho, sem carteira assinada (Requip) e sem direitos trabalhistas e previdenciários, o trabalhador receberia uma bolsa e vale-transporte. O programa de incentivo ao primeiro emprego (Priore) para jovens e de estímulo à contratação de maiores de 55 anos desempregados há mais de 12 meses; o empregado receberia um bônus no salário, mas seu FGTS seria menor.
A proposta previa a redução no pagamento de horas extras para algumas categorias profissionais, como bancários, jornalistas e operadores de telemarketing. Além do aumento no limite da jornada de trabalho de mineiros. A proibição a juízes anularem pontos de acordos extrajudiciais firmados entre empresas e empregados e maior dificuldade para a fiscalização trabalhista, inclusive para casos de trabalho análogo ao escravo.
Confira os senadores que votaram “não“:
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Alessandro Vieira (Cidadania-SE)
Alvaro Dias (Podemos-PR)
Carlos Portinho (PL-RJ)
Cid Gomes (PDT-CE)
Daniella Ribeiro (PP-PB)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Dário Berger (MDB-SC)
Eduardo Braga (MDB-AM)
Eliziane Gama (Cidadania-MA)
Fabiano Contarato (Rede-ES)
Flávio Arns (Podemos-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
Izalci Lucas (PSDB-DF)
Jaques Wagner (PT-BA)
Jean Paul Prates (PT-RN)
Jorge Kajuru (Podemos-GO)
Jorginho Mello (PL-SC)
José Aníbal (PSDB-SP)
Kátia Abreu (PP-TO)
Lasier Martins (Podemos-RS)
Leila Barros (Cidadania-DF)
Lucas Barreto (PSD-AP)
Mara Gabrilli (PSDB-SP)
Marcelo Castro (MDB-PI)
Marcos do Val (Podemos-ES)
Nilda Gondim (MDB-PB)
Omar Aziz (PSD-AM)
Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Paim (PT-RS)
Paulo Rocha (PT-PA)
Plínio Valério (PSDB-AM)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Reguffe (Podemos-DF)
Renan Calheiros (MDB-AL)
Roberto Rocha (PSDB-MA)
Rodrigo Cunha (PSDB-AL)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Romário (PL-RJ)
Rose de Freitas (MDB-ES)
Simone Tebet (MDB-MS)
Styvenson Valentim (Podemos-RN)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
Weverton (PDT-MA)
Zenaide Maia (PROS-RN)
Confira os senadores que votaram “sim” pela reforma:
Angelo Coronel (PSD-BA)
Antonio Anastasia (PSD-MG)
Carlos Fávaro (PSD-MT)
Carlos Viana (PSD-MG)
Chico Rodrigues (DEM-RR)
Confúcio Moura (MDB-RO)
Eduardo Girão (Podemos-CE)
Eduardo Gomes (MDB-TO)
Eliane Nogueira (PP-PI)
Elmano Férrer (PP-PI)
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE)
Fernando Collor (PROS-AL)
Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ)
Giordano (MDB-SP)
Irajá (PSD-TO)
Jayme Campos (DEM-MT)
Luis Carlos Heinze (PP-RS)
Luiz do Carmo (MDB-GO)
Mailza Gomes (PP-AC)
Marcio Bittar (MDB-AC)
Marcos Rogério (DEM-RO)
Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
Nelsinho Trad (PSD-MS)
Soraya Thronicke (PSL-MS)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
Wellington Fagundes (PL-MT)
Houve apenas uma abstenção, do senador Zequinha Marinho (PSC-PA). Outros dois — Esperidião Amin (PP-SC) e Jader Barbalho (MDB-PA) — não compareceram, e mais três — Jarbas Vasconcelos (MDB-PE), Maria do Carmo Alves (DEM-SE) e Telmário Mota (PROS-RR) — se ausentaram por licença ou atividade parlamentar. Rodrigo Pacheco (DEM-MG), como presidente do Senado, não vota.
No início da tarde desta quinta-feira (02), divulgou nota justificando seu voto favorável ao projeto da mini reforma trabalhista. Leia abaixo a nota
NOTA OFICIAL
Sobre a MP 1045
Venho fazer um esclarecimento muito importante sobre minha votação favorável a MP 1045. O relatório do Senador Confúcio retirou os itens de reforma trabalhista que ameaçavam os direitos dos trabalhadores.
Demais itens (inseridos pela Câmara dos Deputados) e muito questionados por várias categorias, seriam discutidos, negociados e votados na sequência da votação principal, o que não chegou a ocorrer, por causa do arquivamento da matéria.
E não poderia votar diferente, porque a MP 1045 era o Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda (Novo BEM), uma reedição da MP 936, da qual fui o relator em 2020.
Essa MP ajudou a salvar mais de 20 milhões de empregos com a suspensão de contrato, redução de carga horária, desoneração da folha de pagamento e muitas outras flexibilizações trabalhistas exaustivamente discutidas e negociadas com todas as centrais de trabalhadores do país e com os partidos defensores desta pauta, a exemplo do PT.
Infelizmente, a polarização político-partidária em que vive, ou sobrevive, o nosso país tem prejudicado as pautas realmente importantes. A matéria foi arquivada, perdemos o BEM e não teremos a oportunidade de discutir ponto-a-ponto esses itens questionados pelas centrais de trabalhadores.
O Bem foi o Programa de maior resultado durante a pandemia. Foram 23,4 milhões de acordos firmados e 11,1 milhões de empregos preservados. Apenas em 2021: 2,6 milhões de trabalhadores e 632,4 mil empregadores firmaram 3,2 milhões de acordos.
Votei sim, pela proteção do vínculo de empregos para a retomada econômica
Votei sim, pela preservação das empresas e da renda do trabalhador
Votei sim, pela redução dos impactos econômicos e sociais da pandemia
Senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO)