A morte de duas pessoas atribuídas à uma suposta ingestão de doces de uma famosa doceria de Goiânia movimentou as redes sociais e a imprensa goiana. As publicações feitas pela Perdomo Doces têm recebido, desde a divulgação do caso e principalmente após um delegado da Polícia Civil descartar qualquer culpa do estabelecimento no caso, uma série de comentários e mensagens de apoio à empresa liderada pela empresária Mariana Perdomo. Quanto ao engajamento, desde a última segunda-feira, 18, quando o caso veio a público, os perfis da loja e proprietária ganharam cerca de 13 mil seguidores, segundo levantamento feito pela reportagem.

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O movimento nas lojas começou a retornar após o delegado do caso descartar “erro ou culpa da doceria” na morte das duas pessoas, garante funcionários. “O estrago foi feito, mas está reestabelecendo aos poucos”, garante uma funcionária que preferiu não se identificar. Ela conta ainda que segunda e terça-feira foram dias “atípicos” para a época do ano, se referindo ao movimento fraco, mas que os clientes estão retornando às compras.

“Para esse período de véspera de Natal, o movimento caiu um pouco. Segunda e terça-feira foram dias difíceis e atípicos, mas aos poucos vai melhorando”, conta.

Na loja de entregas drive-thru, o movimento de motoqueiros e entregadores ainda não retornou 100%, mas o fluxo de pedidos aumentou bastante em relação ao começo da semana. Outra funcionária que trabalha há poucos meses na empresa diz que no começo ficou assustada, mas foi tranquilizada por colegas e pela gerência. “Hoje deu uma melhorada e a expectativa é que antes do natal a gente tenha um aumento significativo, até pela data e pela confiança dos clientes no nosso trabalho”, diz.

Apoio nas redes

A reportagem acompanha, desde o início dos desdobramentos do caso, o perfil nas redes sociais da empresária e da doceria. Na segunda-feira, 18, o perfil oficial tinha 756,851 e, no mesmo dia, ganhou 4,841 mil novos seguidores. Na terça-feira, com a possibilidade de participação da doceria no possível envenenamento tendo sido descartada pelo delegado da Polícia Civil e a divulgação da informação, foram mais 8,417 novos seguidores.

Os números também vieram acompanhados de manifestações de apoio à empresa através dos comentários nas publicações. Cliente desde os tempos de feira no Oscar Niemeyer, Edmara Cobra disse que considera a proprietária um exemplo. “‘Mulher batalhadora e esforçada. Tudo será esclarecido, tenha fé”.

Na publicação da nota de esclarecimento, por exemplo, foram quase 10 mil comentários. Entre funcionários, clientes e colegas de profissão, a premissa é quase sempre a mesma: “Você é inspiração”, “temos orgulho de você”, “estamos com vocês” e “estamos orando por vocês”.

O chef influencer de confeitaria Kadu Barros, com mais de 1 milhão de seguidores, comentou sobre sua inspiração na doceria de Goiânia e a confiança na empresa. “Eu confio plenamente na sua empresa, não tem lógica falarem essas coisas que foram seus doces, conheço seu trabalho a ano, sua dedicação, esforço. E é inspiração para mim e milhares de pessoas. A @perdomodoces é um dos raros exemplos que uso para alguém se inspirar e seguir o caminho como exemplo”, disse.

“As pessoas não imaginam como notícias divulgadas sem provas podem acabar com toda história de uma empresa, de uma empresária, de famílias que dependem da perdomo. Eu torço sinceramente pra que isso se resolva o quanto antes. Fique bem Mari”, comentou o perfil Musical Segno.

Relembre o caso

Três pessoas de uma mesma família passaram mal após supostamente terem ingerido produtos da doceria, no domingo, 17. Apesar do consumo, não há indícios que liguem as mortes aos doces e o delegado titular da Homicídios (DIH), Carlos Alfama, descartou haver culpa da confeitaria na morte.

Mãe e filho consumiram uma sobremesa da empresa, manifestaram sintomas como vômitos, diarreia e dores abdominais. Luzia Tereza Alves, 86 anos, e Leonardo Pereira Alves, 58, foram levados ao hospital, mas não resistiram.

A doceria informou que retirou o lote de produtos sob investigação após as mortes. O Procon, após inspeção em uma das unidades da Perdomo e na fábrica da loja, afirmou não ter encontrado irregularidades.

O caso segue em investigação.

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