Dica para o prefeito Rogério Cruz: campanha educativa pode melhorar o trânsito de Goiânia
23 março 2023 às 16h10
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Quando Winston Churchill assumiu como primeiro-ministro, em maio de 1940, a Inglaterra estava praticamente “deitada” e sozinha (a França havia caído), à espera do golpe final das forças armadas de Adolf Hitler, o ditador nazista da Alemanha. Porém, logo que Churchill assumiu o comando, tudo, de repente, mudou. Mas os britânicos se armaram melhor? Não. As palavras do governante, tão candentes quanto cortantes, levantaram o ânimo do povo do país e de outras nações. Trecho de um de seus discursos motivadores: “Iremos até o fim. Lutaremos na França. Lutaremos nos mares e oceanos, lutaremos com confiança crescente e força crescente no ar, defenderemos nossa ilha, qualquer que seja o custo. Lutaremos nas praias, lutaremos nos terrenos de desembarque, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas; nunca nos renderemos”. Verdadeiro, disse: “Não tenho nada a oferecer senão sangue, trabalho, lágrimas e suor”.
Palavras, se bem-dispostas, são um fator educativo considerável. Tudo começa na linguagem — que é, por assim dizer, “ato” com palavras.
A Prefeitura de Goiânia, na gestão de Rogério Cruz, dos Republicanos, planeja instalar radares de controle de velocidade e novos semáforos. Está correto. Por dois motivos. Primeiro, porque é uma defesa da vida, ao gerar mais segurança para motoristas e pedestres. Segundo, semáforos tidos como inteligentes — mais up to date — melhoram o fluxo de veículos.
Porém, se há empecilhos legais — com licitação paralisada —, ao menos num primeiro momento, há outros caminhos, que tendem a funcionar. As campanhas educativas são vitais. Em Brasília, no governo de Cristovam Buarque, a propaganda educativa contribuiu, em larga medida, para reduzir acidentes e atropelamentos de pedestres. Basta que as campanhas sejam bem-feitas, motivando a população — tanto motoristas quanto pedestres.
Educação a respeito do trânsito são importantes — até vitais. Antes da instalação de radares e novos semáforos, a prefeitura deve pensar na questão da educação dos cidadãos — adultos, adolescentes e crianças. Uma campanha educativa, feita por experts, tende a dar resultados imediatos e, até mesmo, a empolgar a população. A respeito das faixas, por exemplo. Uma publicidade com crianças falando sobre a questão de um trânsito mais humano, convocando os adultos a prestarem atenção em regras simples que podem facilitar a vida de todos, inclusive com a garantia de mais segurança, pode ser valiosa para a cidade e seus moradores. Pode ser, inclusive, inspiradora para outras cidades e outros Estados.
Informar a população é crucial. Convém que Rogério Cruz pense nisto. Que o prefeito se lembre das palavras de Churchill durante a Segunda Guerra Mundial. Palavras educativas, bem colocadas, podem reduzir a, digamos, guerra no trânsito e gerar paz, tranquilidade para os goianienses.