Polícia Civil seleciona mais de 500 denúncias para força-tarefa de investigação, em comemoração ao junho violeta, mês de referência ao combate da violência aos idosos

Violência vai além da agressão física, pode ser financeira, emocional e psicológica | Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (Deai) de Goiânia, intensificou as investigações para apuração de violência contra idosos. Denúncias praticamente dobraram nesse período de pandemia, cerca de 70%, como explica ao Jornal Opção, o delegado titular, Alexandre Alvim.

Com isso, em comemoração ao junho violeta, mês de referência ao combate da violência aos idosos, os policiais realizam a Operação Senex, que visa apurar as mais de 500 denúncias selecionadas para investigação. Segundo o delegado serão feitas as diligências nesse período para checagem de informações.

“Dependendo do resultado haverá formação de inquérito, registro de TCO ou arquivamento no caso de improcedente a denúncia. Selecionamos para operação aproximadamente 530 denúncias, que fazem parte dessa força-tarefa. Tivemos um real acréscimo nesse numero de denúncias, um aumento de aproximadamente 70%, quase dobrou”, destaca Alexandre.

Operação

“A operação foi idealizada em relação do aumento do número de denúncias em sobre os crimes contra os idosos nesse período da pandemia, principalmente, pela maior exposição desses idosos aos seus possíveis agressores, os familiares. Tivemos um acréscimo de ocorrência e com a situação da pandemia muitas das investigações estavam paralisadas, porque toda a nossa demanda depende que os policiais vão até as residências das pessoas para checar as informações. Com o avanço da vacinação, possibilitou a gente retomar as diligências externas com segurança”, explica Alvim.

A ação conta com 22 policiais civis, que realizarão levantamento detalhado das situações, instauração de inquéritos policiais, solicitações de medidas protetivas e encaminhamentos para assistência social. “Vamos agilizar a apuração dos crimes contra os idosos garantindo proteção para essas pessoas. É preciso pedir a conscientização da população para que façam suas denúncias em caso de situação a normal, porque a violência vai além da física, pode ser financeira, emocional, psicológica, são inúmeros casos que vai além da agressão física”, alerta o delegado.  

Parte criminal e social

Alexandre ressalta que as consequências variam.  “Depende muito do que configura o delito. No geral as penas contra os idosos são pequenas, exceto se a um agravamento daquela situação de maus tratos, no geral até quatro anos de detenção. Apesar das penas serem pequenas, a ideia principal é da gente tentar resolver a situação daquele idoso e evitar que ele continue em situação de maus tratos, ou em situação de abandono”.

“Além da parte criminal a gente tem entrado com a parte social, levamos uma psicóloga para acompanhar a situação do idoso para entendemos a demanda dele, tentamos fazer uma avaliação  multidisciplinar”, completa o delegado.

Segundo o titular, é importante que as pessoas façam as denúncias. “Temos diversos canais para que as denúncias sejam feitas de forma anônima, aonde a pessoa não precisa se identificar, seja via telefone, e-mail ou WhatsApp.  A gente pede que se as pessoas notarem algo de diferente, porque o idoso boa parte das vezes ele não quer denunciar o familiar que está praticando o ato então, dependemos de que terceiros efetue suas denúncias”, salienta.