“Debate sobre região metropolitana ficou periférico, miúdo”, lamenta especialista
01 dezembro 2017 às 11h56
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Superintendente de Assuntos Metropolitanos, Marcelo Sáfadi diz que políticos estão agindo com estômago e não com cérebro
Superintendente de Assuntos Metropolitanos da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Cidades, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos (Secima), o arquiteto Marcelo Sáfadi lamentou, em entrevista ao Jornal Opção, os rumos que tomou a discussão sobre o Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Goiânia (Codemetro).
Segundo ele, os comentários públicos dos envolvidos na discussão, em especial prefeitos e vereadores de várias cidades, têm sido feitos com muito estômago e pouco cérebro. “Ninguém se dedicou a estudar o assunto, em Goiás estamos fazendo política pública de forma partidária”, criticou.
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A insatisfação principal é com as constantes alterações propostas ao projeto, que cria um conselho deliberativo para definir os rumos de toda a Região Metropolitana de Goiânia de forma conjunta entre os 20 municípios.
“Estou desanimado, estão politizando o assunto, e o que menos tem importado nos debates são os novos conceitos que o mundo está empregando. Estão fazendo um debate periférico, miúdo, em vez de se aprofundar nas oportunidades que teríamos com a nova lei”, completou.
Sáfadi fez questão de dizer que esta é uma opinião pessoal e não do governo, que aguarda a apresentação do relatório do deputado Jean Carlo (PHS) — que deve ser apresentado na próxima semana.
Projeto
Em tramitação desde o começo do ano, o projeto foi elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Cidades, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos (Secima), em parceria com especialistas da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) e atende a uma obrigação do Estado determinada pela Lei Federal 13.089/2015, denominada Estatuto da Metrópole.
No entanto, a nova configuração do Codemetro tem causado controvérsia, em especial entre os representantes da capital que defendem maior poder para Goiânia e menor interferência nas decisões por parte do conselho — e do Estado.
Há duas semanas, chegou-se a um acordo com relação aos percentuais de representatividade de cada município (35% para Goiânia 35% para os demais), mas o substitutivo de Jean Carlo passou por novas modificações, que ainda não foram apresentadas.