Crise no PSD: Tejota e Virmondes Cruvinel brigam por cadeira na mesa diretora
28 janeiro 2015 às 16h16

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Tejota diz que o ex-vereador está quebrando acordo firmado no fim de 2014. Virmondes se explica e garante que votação entre parlamentares lhe deu maioria no partido

A escolha do segundo vice-presidente da mesa diretora na Assembleia Legislativa de Goiás, cargo do PSD, acabou se tornando uma disputa interna entre os deputados estaduais Linconl Tejota e Virmondes Cruvinel. Quando o ex-vereador Virmondes mostrou interesse na cadeira, na última segunda-feira (26/1), Tejota não aceitou: “Ele está descumprindo o acordo”, disse ao Jornal Opção Online.
Virmondes, por outro lado, afirmou em entrevista que demorou a mostrar interesse pela cargo, porque anteriormente pretendia ficar na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) — outro espaço separado para o PSD. “Mas depois houve uma alteração, e o cargo mudou para a Comissão de Finanças. Em um primeiro momento, Francisco [Jr.] mostrou interesse na comissão, e eu pedi um tempo para pensar. E na última reunião eu apresentei a vontade também de estar na mesa”, explicou.
O ex-vereador disse ainda que, na segunda-feira (26), quando anunciou que também queria a segunda vice-presidência, os cincos parlamentares do PSD votaram para escolher entre um deles. “Eu disse que aceitaria a escolha da bancada, e esperei que ocorresse o mesmo por parte dele, quando eu recebi 3 votos, e ele 2”, disse Virmondes, sem revelar o voto de cada deputado.
Tejota disse que o acordo para deixá-lo com a cadeira na mesa diretora foi feito no final do ano passado. “Eu, o Henrique Arantes, o Vitti, abrimos mão para o Hélio Sousa ficar na presidência. Agora ele quer começar a discórdia? Não se entra na Assembleia rompendo acordo”, disse. Determinado, o deputado garante que se Virmondes não recuar, eles irão disputar o espaço em votação no plenário. “E eu acho pouco provável ele vencer, porque eu conto com deputados novos e antigos”, garantiu.
Entretanto, Virmondes assegura que não está tão desarticulado quanto assinala Tejota. “Tenho conversado com outros deputado para buscar apoio, depois que eu fui assegurado com o votos dos deputados da minha bancada”, disse Virmondes.
Conforme regimento interno, caso a bancada de um partido não decida por meio de um consenso, a decisão passa a ser de responsabilidade de todos, por meio de votação no plenário. Agora, caso não haja acordo, Tejota disse que irá colocar seu nome a disposição para ser votado em separado. “Por direito regimental, ele pode fazer isso. Só que é deselegante ir contra a posição da bancada”, sustentou Virmondes.
Deputado novo X Deputado velho
Falando de Virmondes, Tejota o acusa de causar um clima “desagradável” entre os integrantes do PSD e dos deputados em geral. “Ele desenvolveu um clima de atrito entre os novos e velhos deputados”, disse, garantindo que Virmondes estaria dizendo que tem “influência” com os parlamentares recém-chegados na Casa.
O ex-vereador, por sua vez, sustenta que isso não ocorre. “Ele está querendo dizer isso para desestabilizar a minha relação os deputados veteranos, e eu tenho um bom relacionamento com todos”, e completou: “Não vejo esta divisão entre veteranos e novados. Somos todos deputados de forma isonômica.”