O candidato do MDB à Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela, vem apresentando certo crescimento nas pesquisas eleitorais, o fazendo encostar nos números de Professor Alcides (PL). Na última pesquisa DataUFG, divulgada na noite da última sexta-feira, 13, o emedebista aparece com 30,62% das intenções de voto, contra 48,56% de Alcides.

A dificuldade do candidato do PL de alcançar os 50% e vencer já em primeiro turno ocorre por conta da resistência de eleitores e da ausência do candidato em eventos importantes, como debates por exemplo. No Opção Debate 2024 com os candidatos de Aparecida de Goiânia, Alcides recusou o convite de debater ideias com seus adversários. Leandro Vilela e Willian Panda (PSB) fizeram o embate entre si.

Outro ponto importante é os apoios recebidos por Vilela. O candidato do MDB é o braço forte do governador Ronaldo Caiado (UB) na cidade e também tem apoio do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha, que faz parte da gestão de sua campanha. Nomes do setor produtivo, religioso e político também já endossaram a campanha do emedebista à segunda maior cidade de Goiás.

Ao Jornal Opção, o pastor Romeu Ivo, um dos representantes do setor religioso, afirmou realmente acreditar que Leandro seja o melhor nome para manter o crescimento da cidade, que começou com Mendanha. “Tenho amor por Aparecida e quero que a cidade desenvolva em todos os pontos, seja infraestrutura, economia, educação e saúde, e vejo em Leandro a vontade para dar sequência no que precisa ser feito. O apoio que ele tem do governador pode ajudar a cidade a ter esse crescimento expressivo, pois é necessário essa parceria”, disse.

O candidato também se mostrou confiante em relação aos números e aos apoios recebidos. Após o Opção Debate, Leandro conversou com a reportagem sobre o histórico de seu principal adversário na disputa. “Em todas as campanhas Alcides começa com números altos e cai com o tempo, e é isso que está acontecendo. Nossos números são positivo pois o eleitor sabe da nossa capacidade de cuidar de Aparecida”, disse.

“Vamos vencer as eleições e vamos fazer um grande governo, é claro, com o apoio da população mas pautado nos princípios, nos valores, no caráter, na decência e governando com um grande time. O time que tem o legado de Maguito Vilela, o time que tem o melhor governador do Brasil, Ronaldo Caiado, o time que tem o ex-prefeito Gustavo Mendanha, que tem o vice-governador Daniel Vilela. O time que tem a população de Aparecida querendo o melhor para essa cidade e é assim que nós vamos construir a cidade dos nossos sonhos”, completou.

Outro apoiador convicto de Vilela é o vereador Isaac Martins, líder do então prefeito Vilmar Mariano na Câmara de Aparecida de Goiânia. Isaac acredita que o crescimento nas pesquisas é positivo e ocorreu de forma natural primeiramente devido ao “início das propagandas eleitorais onde as propostas são apresentadas”.

“As propagandas eleitorais tem sido bastante objetivas e propositivas, trazendo propostas que a população de Aparecida realmente anseia e realmente precisa. Isso também é impulsionado pela presença de Caiado em caminhadas e carretas”, avalia.

“Temos a expectativa de um segundo turno por conta do crescimento nas pesquisas tanto do Leandro quanto do Willian Panda, isso deve provocar esse segundo turno. Caso isso aconteça, Leandro deve juntar estratégias com o Panda para trazer mais ideias para Aparecida de Goiânia”, continua.

Segundo Isaac, Leandro se mostra tranquilo e ciente de seu plano de governo. “Ele não quer decepcionar o legado do tio Maguito, que deixou para a cidade um legado de obras e de muitos serviços para o estado da cidade. Leandro quer governar a cidade com muita responsabilidade e fazer um trabalho de muita produtividade para todos os aparecidenses. Eu tenho visto e conversado com o Leandro nesse sentido de fazer um bom trabalho”, diz.

Debates

Durante o Opção Debate 2024, Alcides foi o principal alvo tanto de Leandro Vilela quanto de Willian Panda. O candidato do PL recusou o convite do Jornal Opção para o embate e, desde as considerações iniciais, os candidatos trouxeram isso a tona.

“Já são mais de quarenta debates, entrevistas e sabatinas que o candidato [Professor Alcides] não comparece”, afirmou Leandro Vilela em sua fala inicial. Willian Panda chamou Professor Alcides de “covarde”.

“Alcides continua fugindo de entrevistas, debates, sabatinas, de poder olhar no olho das pessoas e assumir compromissos, de apresentar um plano de governo, de apresentar propostas, bem, isso realmente é lamentável”‘, disse Vilela após o debate.

Ação na Justiça

Na última semana, a campanha de Vilela entrou com uma ação de investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o prefeito da cidade, Vilmar Mariano, e sua esposa, Sulnara Gomes Santana, por abuso de poder político e econômico durante as eleições. Segundo o documento, Vilmar usou a máquina pública para pressionar servidores a votar em Professor Alcides (PL). De acordo com a ação, Vilmar teria exonerado e ameaçado demitir servidores que não fizessem o que lhes foi pedido.

Na ação, Vilela argumenta que após a retirada do nome de Vilmar Mariano na concorrência à reeleição e o anúncio de apoio à Professor Alcides, houve uma onda de exonerações no município. O documento afirma que foram cerca de 680 entre junho e agosto deste ano e que isso visava coagir servidores apoiados pelo prefeito.

Além disso, a petição afirma que tanto o prefeito, quanto a primeira-dama, condicionaram a manutenção de cargos comissionados na prefeitura ao apoio à candidatura de Alcides. Os servidores comissionados seriam pressionados a declarar apoio ao candidato sob pena de exoneração. O documento também cita áudios da primeira-dama exigindo apoio a Alcides, ameaçando exonerar os que recusassem.

Em um áudio, que foi anexado ao processo, atribuído a uma reunião da primeira-dama, Sulnara Gomes, com uma servidora de nome Joelma ela questiona diversas vezes quem está “desse lado” se referindo ao prefeito Vilmar Mariano.

“O Vilmar precisa amarrar as calças e fazer o Olair ( Silva Gomes, candidato a vereador), porque se não ele não tem 2026 e nós não podemos ficar fora do processo. Se o Professor ganhar e cumprir conosco, porque também não tem palavra, vai ser ótimo e com o Leandro a gente não vai andar, porque ele não cumpriu”, relata no áudio.

A conversa continua e no suposto áudio da primeira-dama ela questiona: “quem foi mais traíra é o Professor ou o Gustavo?”. A servidora diz não saber responder e a primeira-dama continua. “Você é política, você entende e o que eu não posso admitir é vocês abrir uma ala para o povo passar”.

A servidora finaliza dizendo que vai apoiar o vereador Isaac Martins (UB), então líder do prefeito na Câmara Municipal e que não teria condições de apoiar o candidato Olair, bancado pelo Paço aparecidense. “Olha Sulnara, o que eu tenho para dizer para você é que eu sou Isaac, aí ele decide com vocês o meu prefeito e eu vou respeitar, o que o Isaac fizer está feito”, disse a servidora.

Em seguida a primeira-dama afirma no áudio dizendo que iria conversar com o vereador e que dependendo da resposta iria providenciar a demissão dela. “Então eu vou conversar com o Isaac e se ele não conversar com você eu vou fazer a sua exoneração. Eu só quero agradecer a você pelo tempo em que esteve aqui, você um avião para trabalhar, mas agora o que eu não posso é ficar com as pessoas em cima do muro e se a gente tiver que perder a gente vai perder em pé, porque o grupo não racha e você rachou”. A conversa continua entre a servidora e a primeira-dama.

O áudio da conversa tem mais de 26 minutos e no decorrer da conversa fica claro que a conversa começou antes do dia 16 de agosto, data em que as campanhas começaram a ir para a rua. O documento protocolado na Justiça Eleitoral também cita que a máquina pública foi utilizada para favorecer o candidato. Servidores seriam coagidos a participar de eventos e realizar atividades de campanha, configurando abuso de poder político e econômico. Isso seria feito em troca de apoio político futuro.

De acordo com a petição, as ações supostamente tomadas por Vilmar violam o direito fundamental dos servidores à liberdade de voto e à dignidade da pessoa humana, ao os coagirem a apoiar determinados candidatos sob ameaça de perderem seus empregos.

A ação pede a cassação dos registros dos candidatos e a inelegibilidade de Vilmar Mariano, Sulnara, Professor Alcides, Max Santos, candidato a vice de Alcides, e Olair Silva Gomes, que é acusado de se beneficiar do suposto esquema.

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