Em nota técnica, conselho pede urgência na produção de projetos para obras de recuperação e drenagem no local

Coordenador da Câmara Especializada de Engenharia, João Batista Tibiriça, conselheiro do Crea-GO, Ricardo Veiga, presidente do Crea-GO, Francisco Almeida
Coordenador da Câmara Especializada de Engenharia, João Batista Tibiriça, conselheiro do Crea-GO, Ricardo Veiga, presidente do Crea-GO, Francisco Almeida e engenheiro civil Edivaldo Maia | Foto: Reprodução Crea

Após visita técnica ao viaduto do cruzamento das avenidas H e Jamel Cecílio, no setor Jardim Goiás, em Goiânia, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO) recomendou à prefeitura a proibição imediata de tráfego de caminhões e veículos pesados na parte superior do viaduto, trecho da Jamel Cecílio.

A nota técnica do órgão, encaminhada ao prefeito Paulo Garcia (PT) e à Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra) na segunda-feira (21) e apresentada à imprensa nesta quarta-feira (23/11), pede ainda que a gestão municipal realize com urgência um laudo técnico especializado da real situação da estrutura do viaduto com objetivo de colher dados para a elaboração de um projeto de recuperação estrutural da obra e um outro projeto de drenagem para o local.

Obras de manutenção ainda em andamento. Foto tirada na manhã desta quarta-feira | Foto: Reprodução Crea-GO
Obras de manutenção ainda em andamento. Foto tirada na manhã desta quarta-feira | Foto: Reprodução Crea-GO

“Há quatro anos, o Crea já havia feito uma vistoria no viaduto e alertado a prefeitura sobre a necessidade de manutenção no local. Hoje, o nosso alerta é para a necessidade de uma obra de recuperação da estrutura. Apenas a manutenção não é mais suficiente”, disse o presidente do conselho, o engenheiro Francisco Almeida.

Na última sexta-feira (18), a autarquia tinha encaminhado nota pedindo que a prefeitura paralisasse os trabalhos de manutenção no local, iniciados pela Seinfra na quinta-feira (17). Segundo informações da secretaria, os serviços de raspagem, escovação das ferragens e aplicação de nova cobertura de concreto continuam sendo executados.

Segundo o engenheiro civil Ricardo Veiga, conselheiro do Crea-GO e especialista em estruturas, apesar da ausência de um laudo laboratorial por parte do Crea, pela análise técnica, a intervenção deve ser feita de forma imediata, porém planejada. “O viaduto é recuperável, mas precisa de ação adequada e urgente.”

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Além da deterioração do revestimento de concreto dos pilares centrais que dão sustentação ao viaduto e a consequente oxidação das vigas de ferro que ficaram expostas, o viaduto também tem problemas rachadura da capa asfáltica na via superior, que pode acarretar em problemas de infiltração, e problemas de drenagem, com alagamentos frequentes, especialmente na época das chuvas.

Segundo o presidente do Crea, Francisco Almeida, o não cumprimento das recomendações pode acarretar em ação judicial do conselho contra a prefeitura de Goiânia e a Seinfra, ou o engenheiro responsável pela obra. “Não apenas neste caso, mas de hoje em diante, não vamos mais ficar na mesma situação de sempre, ou seja, falamos com a imprensa e nada se resolve. Se existe uma recomendação de técnicos de uma autarquia federal sobre o assunto, ela tem que ser cumprida”, afirmou Almeida.

“Caso as recomendações não sejam cumpridas, é nossa obrigação denunciar e vamos fazê-lo, em parceria com o Ministério Público, para abordar a questão judicialmente e resolver de vez a questão da manutenção das obras públicas de Goiânia”, completou.