Presidente do conselho, Dr. Erso Guimarães, se mostrou desapontado com nota da universidade. Para ele, alunos devem cobrar qualidade no ensino

Presidente do Cremego, Erso Guimarães | Foto: Fernando Leite
Presidente do Cremego, Erso Guimarães | Foto: Fernando Leite

Após o curso de medicina da PUC-Goiás ter sido reprovado no Conceito Preliminar de Curso (CPC), realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a universidade preferiu não comentar o caso. No entanto, o Jornal Opção Online foi atrás do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) para saber o posicionamento do mesmo sobre a situação.

O presidente dr. Erso Guimarães iniciou relatando que recebeu a notícia “com muita surpresa”. “A informações que tínhamos é de que o curso era de boa qualidade. Temos bons médicos formados lá. Inclusive, o índice de alunos que são aprovados em residências é satisfatório”, conta.

Para ele, o resultado é desapontante, mas que o Cremego “não tem acesso” aos critérios que o Ministério da Educação (MEC) utiliza para realizar tal avaliação — que, segundo o órgão federal,
afere a qualidade da educação superior no Brasil e é um indicador de qualidade das graduações, levando em consideração o rendimento dos estudantes, a infraestrutura da instituição, organização didático-pedagógica e o corpo docente.

Questionado justamente sobre esses tópicos analisados pelo CPC, Erso Guimarães tenta, aparentemente, por panos quentes no desempenho insatisfatório da PUC: “É importante lembrar que a responsabilidade é sempre do médico, nunca da instituição na qual ele se formou”.

Contudo, o presidente acaba por alertar a sociedade, no sentido de que “é preciso estar atento à qualidade dos cursos, porque isso influencia diretamente na formação do médico que está sendo formado”. Já o conselho deverá, apenas, enviar “ofício solicitando providências” por parte da universidade. “É importante lembrar que nem o Conselho Federal, nem o Conselho Regional, tem a função de ‘fiscalizar’. Não é de nossa competência”, argumenta.

Ao ser perguntado sobre a posição do Cremego quanto ao silêncio da PUC-Goiás, o presidente finalizou dizendo que “espera que a universidade tome as devidas providências para oferecer um curso de qualidade”.