“Comissão de inquérito não pode ser palanque contra secretária”, diz aliado do Paço
12 outubro 2017 às 18h52

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Paulo Daher garantiu que agirá de forma independente, porém fez alerta aos colegas que atacam titular da Saúde de Iris Rezende

O vereador Paulo Daher (DEM), que foi eleito vice-presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investigará a situação da Saúde em Goiânia, afirmou, em entrevista ao Jornal Opção nesta quinta-feira (12/10), que a comissão não pode servir de “palanque” contra a secretária Fátima Mrué.
Alvo de críticas de diversos vereadores, incluindo da base aliada ao prefeito Iris Rezende (PMDB), a titular da Saúde é um dos motivos para a instalação da investigação na Câmara Municipal, que será conduzida pelo desafeto Clécio Alves (PMDB).
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“Veja bem, o prefeito tem investido 20% na Saúde, dos 15% que são obrigatórios. A CEI é para tentar entender o porquê, se tem investimento, porque está tendo tanta reclamação, o que está acontecendo, se médicos estão indo trabalhar, fazer diagnóstico preciso e vir com soluções”, argumentou.
A CEI da Saúde, que começa os trabalhos oficialmente na próxima semana, tem como objeto o caos no sistema municipal desde 2010 — quando o atual e então prefeito, Iris Rezende, deixou o cargo para disputar o governo de Goiás.
Mesmo sendo aliado número um do Paço, Paulo Daher garante que não será “conivente com nenhum tipo de irregularidade”, mesmo que seja constatada alguma na atual administração. “CEI vai caminhar de maneira independente doa a quem doer. Não vou fechar olhos a nenhum tipo de ilegalidade. Não é porque sou aliado que passarei por cima de nada”, completou.
O democrata evitou criticar a gestão da secretária, por quem diz ter sido sempre recebido e bem tratado, mas sugeriu que “se a sociedade não reconhece o trabalho prestado”, aí é preciso “ajuda-la”.
Questionado sobre a falta de abertura e de diálogo de Fátima Mrué, Paulo Daher negou que haja qualquer dificuldade. “Olha, ela quer que o Sistema Único de Saúde funcione para todos e não só para os vereadores de bairros que eventualmente ficaram chateados por alguma decisão”, disse.
Segundo ele, a crise se deu porque alguns vereadores acabaram “prejudicados” com as mudanças propostas pela nova gestão. Tinham cargos de indicação em unidades de Saúde, como diretores, que acabaram sendo exonerados.
“Então, há desconfortos seletivos por parte de alguns vereadores. Se atendesse um ou outro vereador, tenho certeza que não estariam fazendo barulho. Isso não acontece comigo, pois não pedi cargo pro prefeito, não indiquei ninguém. Quero ajudar a secretária e honrar os votos que recebi”, arrematou.