Indústria goiana, ainda não sentiu efeitos porque maior parte das importações são feitas de cidades que ainda não foram afetadas pela quarentena

Coronavírus já matou 370 pessoas e infectou 18 mil pessoas | Foto: Divulgação

Com o aumento da propagação do novo coronavírus 2019 n-CoV e os primeiros registros de suspeitas no Brasil já começam faltar insumos hospitalares no país. No entanto, o Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Goiás (Sindifargo) não registrou falta de materiais importados da China no Estado.

De acordo com o presidente do Sindifargo, Marçal Henrique Soares, por enquanto as compras de insumos da China são feitas normalmente, com entregas realizadas no prazo estabelecido. Ele explica que as principais cidades produtoras de material utilizado para medicamentos não estão em quarentena, por isso não chegou a afetar a importação.

As principais cidades de onde vem o material importado são Shengzhen, Zhoushan, Ningbo, Guangzhou, Xangai, Tianjin, Beinjin e, principalmente, Qingdao, onde fica a maioria das fábricas.  Os principais insumos comprados da China pela indústria goiana são as matérias primas ativas, como principio ativos e recipientes. Como manitol, lactose, corantes e estabilizantes.

Além da China, a indústria farmacêutica goiana importa de países asiáticos como a Coreia do Sul, Japão, China e Índia. “Ainda temos estoques. Mas se der um problema, que uma pandemia pode causar, é difícil estar preparado. Visto que os outros países também são dependentes da produção chinesa. A Índia importa 70% dos insumo de lá”, diz Marçal.

A epidemia já matou quase 370 pessoas e já infectou quase 18 mil pessoas em 25 países, em quatro continentes. Essa emergência global de saúde pública, segundo definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), explodiu em um período-chave do ano para a maior economia da Ásia.

O índice composto da Bolsa de Xangai, que foi reaberta após duas semanas de recesso, despencou quase 8% nesta segunda-feira, 3. Esse foi o patamar mais baixo em quatro anos. Foram atingidos principalmente os papéis de empresas dos setores de manufatura e bens de consumo, enquanto companhias de saúde subiram quase 10%.

Para o CEO da Futura, Distribuidora de Medicamentos e Produtos de Saúde, Valter Luís de Macedo Carvalhaes Pinheiro, se a situação se agravar, medidas terão de ser tomadas, para que não falte medicamentos no Brasil.

“A maior parte dos insumos utilizados na fabricação de medicamentos no Brasil vem da China. E já que ela interrompeu todas as exportações, se essa medida se prolongar muito, assim que nossos estoques no Brasil acabarem, pode começar a faltar medicamento”, explica o empresário.

Exportações

O Governo Brasileiro já anunciou que estima uma queda de 3% nas exportações devido à crise no país asiático.

“Nossas exportações, no momento, pode ser que afetarão 3%. Isso pesa para nós. Afinal de contas, a China é o nosso maior mercado importador”, declarou o presidente Jair Bolsonaro.