Brasil lidera ranking de dengue e ultrapassa 6 milhões de casos prováveis
03 junho 2024 às 19h33
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O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de países com maior número de notificações de dengue em 2024. O número de casos confirmados em laboratório ultrapassou os 3 milhões. Além disso, entre os casos prováveis já são mais de 6 milhões. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que já contabiliza este ano um total de 7,6 milhões de casos prováveis de dengue em todo o mundo.
Em seguida, o ranking aponta, respectivamente, para: Argentina (420 mil casos prováveis); Paraguai (257 mil) e Peru (200 mil). Atualmente, 90 países registram transmissão ativa de dengue. O painel de monitoramento da entidade aponta ainda mais de 3 mil mortes provocadas pela doença.
“Embora exista um aumento substancial de casos de dengue globalmente nos últimos cinco anos, esse aumento foi particularmente forte na região das Américas”, destaca a OMS. “O número de casos ultrapassou 7 milhões no final de abril, ultrapassando os 4,6 milhões de casos registrados em todo o ano de 2023”.
Até o momento, a OMS contabiliza mais de 250 mil casos de chikungunya e quase 7 mil casos de infecção pelo vírus Zika globalmente em 2024.
Américas
A entidade alerta ainda que todos os quatro sorotipos de dengue estão presentes nas Américas em 2024. Segundo a OMS, pelo menos seis países da região já reportaram casos de circulação simultânea de todos os quatro sorotipos. São eles: Brasil, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México e Panamá.
“Além disso, muitos países endêmicos não dispõem de mecanismos robustos de detecção e notificação, o que faz com que subestimem o verdadeiro fardo da dengue a nível mundial. Para controlar a transmissão de forma mais eficaz, é necessária uma vigilância robusta da dengue em tempo real.”
Aedes aegypti
Dados da OMS mostram uma sobreposição de casos de dengue, chikungunya e zika – todas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e com sintomas semelhantes. Segundo a entidade, isso pode resultar em diagnósticos equivocados.
“Dados de vigilância durante grandes surtos de suspeita de dengue podem incluir erroneamente casos de uma ou de ambas as outras doenças”.
A organização cita como exemplo estudo realizado em Minas Gerais, em 2023, quando casos suspeitos de dengue respondiam por 84,4% de um total de 828.654 casos prováveis de arboviroses, enquanto casos suspeitos de chikungunya respondiam por apenas 15,6%. “A verdadeira proporção das duas doenças, entre os casos confirmados laboratorialmente, foi de 65,9% para chikungunya e apenas 34,1% para dengue.”
Além disso, relataram também que em muitos países sequer existem sistemas de vigilância que visam especificamente a transmissão endêmica de chikungunya e zika. “Existem diferenças importantes entre essas doenças em relação a populações de risco, gestão de pacientes e utilização de recursos de saúde”, completou.
Vacina
Para a organização, a vacina contra a dengue deve ser parte de uma estratégia multidisciplinar para o combate à doença e que inclui também o controle de vetores, a gestão dos casos e o envolvimento comunitário. “A OMS recomenda o uso da TAK-003, única vacina disponível, em crianças de 6 a 16 anos em locais com alta intensidade de transmissão de dengue”.
A vacina a que a entidade se refere é a Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda e atualmente utilizada no Brasil. O imunizante entrou na rede pública de saúde em fevereiro deste ano. Em razão da quantidade máxima de doses disponíveis do fabricante, a vacinação se volta para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Mulheres
A OMS lembrou que o vírus Zika é particularmente perigoso entre mulheres grávidas por conta da associação com casos de microcefalia.
“A expansão da vigilância para monitorar simultaneamente os três vírus pode ajudar autoridades de saúde pública a determinar com precisão o verdadeiro fardo de cada doença, refinar as avaliações de risco e otimizar a gestão clínica e a atribuição de recursos para intervenções de saúde pública mais eficazes.”
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