Bloqueio de R$57,3 milhões pelo Ministério Público agrava ainda mais crise na saúde
06 dezembro 2024 às 10h23
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A crise na saúde pública de Goiânia parece não ter fim. Diariamente, novos episódios da situação vêm à tona, destacando a falta de medicamentos, insumos e vagas em UTIs, que têm resultado na morte de muitos pacientes. Agravando ainda mais o cenário, cerca de R$ 57,3 milhões destinados ao pagamento de fornecedores foram bloqueados nas contas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), atendendo a um pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO).
De acordo com a Secretaria, esse bloqueio pode trazer prejuízos incalculáveis aos serviços prestados pelo SUS à população. Além de gerar insegurança aos usuários, há o risco de suspensão de serviços essenciais. Entre as contas bloqueadas, está uma que recebe recursos do Ministério da Saúde destinados ao Financiamento de Serviços de média e alta Complexidade (MAC).
A situação tem levado prestadores de serviços e fornecedores a ameaçarem suspender suas atividades. Isso inclui médicos e empresas que fornecem oxigênio hospitalar, essencial para pacientes internados nas salas vermelhas de Centros de Atendimento Integrado à Saúde (Cais) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
O novo secretário de Saúde, Pedro Guilherme Gioia, que assumiu após a saída de Cyanara Mathias, afirmou que não há recursos para pagar os fornecedores. Ele alertou que aqueles que ainda forneciam serviços estão interrompendo as entregas por temerem não receber. Até mesmo a empresa responsável pela limpeza nas unidades de saúde suspendeu suas atividades.
Diante desse quadro, a Procuradoria Geral do Município (PGM) informou que entrará com um agravo para julgamento em até 48 horas. Além disso, o secretário aguarda a elaboração de um cronograma de pagamentos para avaliar a possibilidade de flexibilizar repasses e manter a assistência à população.
Aporte financeiro
O prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) anunciou em suas redes sociais, nesta quinta-feira, 5, que, com a intermediação do senador Jorge Kajuru (PSB), conseguiu uma reunião com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Durante o encontro, Alckmin prometeu um aporte de R$ 70 milhões para a saúde de Goiânia, que deve ser liberado na próxima semana, segundo Kajuru.
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