Parte dessa queda na arrecadação se dá por conta dos estabelecimentos só poderem funcionar com 50% de sua capacidade. Crise econômica e desemprego também cooperam para baixa movimentação

Bares em Goiânia depois da pandemia | Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Com a paralisação dos bares e restaurantes desde meados de março, quando a pandemia de Covid-19 chegou em Goiás, os empresários tem sentido na pele os impactos financeiros da crise. Com a retomada nas últimas duas semanas, esses estabelecimentos têm funcionado apenas com 50% de sua capacidade (alguns menos) para cumprir com os protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias para reduzir a disseminação do coronavírus.

Com essa premissa, a redução do faturamento de todos os estabelecimentos reduziram ao menos 50%. De acordo com o Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares de Goiânia (Sindbares Goiânia) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel), a média de faturamento caiu em 80%.

“O faturamento ainda é muito baixo. O segmento como um todo está operando com 20% do faturamento de antes da pandemia, isto é, operando com uma queda de 80 % no faturamento. Muitos ainda estão trabalhando com delivery para tentar manter um pouco das vendas”, afirmou Newton Pereira, presidente do Sindbares.

“Nos primeiros dias os empresários foram surpreendidos por uma boa procura, mas essa última semana ficou registrado uma queda na movimentação. A movimentação maior nesses bares mais balados, com publico mais jovem. Nos demais movimentação mais fraca ainda”, observou.

Fernando Jorge, presidente da Abrasel, acredita que a queda no movimento está relacionada a uma limitação financeira da população durante esse momento de crise. “Muitas pessoas estão desempregadas e isso abala. Também as férias. Para o pessoal do almoço, os colégios não voltando a funcionar é um grande prejuízo para o pessoal, porque nós perdemos o estudante e a família do estudante. Isso prejudica e muito nosso negócio”, avaliou.

De acordo com ele, não há previsão para uma melhora no faturamento. “É tudo muito novo. Não temos uma expectativa de retomada rápida da economia. Será muito difícil. Esse ano será um ano de sobrevivência. Até que aconteça a virada de ano essas pessoas querem continuar com as portas abertas. Se manter aberto será uma grande vitória”, ponderou.

“O ano que vem será para reformular tudo e reconstruir os negócios. Acredito que esse ano será para pagar contas e tentar manter aberto. Será muito difícil para a maioria. Evidente que uma maioria se sobressai, mas a maioria está sofrendo na pele a dor de não ter dinheiro na conta, não conseguir empréstimos… Isso tudo prejudica a retomada”, disse.

Protocolos de segurança

De acordo com os protocolos estabelecidos pelos decretos estadual e municipal, dentro dos bares as pessoas devem usar máscaras e só retirar para comer e beber. Nos restaurantes em que as pessoas se servem são distribuídas luvas, que devem ser utilizadas. Os garçons foram todos previamente treinados sobre as medidas de segurança e o cliente que não cumprir as regras podem e devem ser convidados a se retirar do estabelecimento.

Os garçons e maitres, que ficam no salão do bar, estão orientados a explicar aos clientes e fazerem medição de temperatura. O cliente já entra sabendo de todas as regras. Além das orientações verbais, há placas e marcações no chão de distanciamento mínimo.

“Na grande maioria os bares e restaurantes estão cumprindo os protocolos e até melhor que o exigido”, disse Fernando. “Existe o respeito dos clientes, mas também tem aqueles que não concordam e essas pessoas preferem não ficar no estabelecimento, às vezes. No entanto, a grande maioria concorda que tem fazer parte desses protocolos exigidos. Eles cumprem com grande tranquilidade e são poucos os que acham ruim, não querem cumprir. Após beberem uma cervejinha ficam mais alterados, mas estamos tentando manter o diálogo para resolver esses problemas”, relatou.