Greve em Goiás segue movimento nacional e pede revogação do controverso texto sobre trabalho escravo

Auditores-fiscais do Trabalho em Goiás decidiram paralisar todas as atividades nesta quarta-feira (25/10), em protesto contra a Portaria 1.129, que modificou os procedimentos e os critérios de fiscalização contra o trabalho análogo à escravidão.

A suspensão das atividades será geral, conforme destaca a Odessa Arruda, presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho no Estado de Goiás (Aafitego). “Vamos parar tudo. A suspensão da fiscalização não atingirá apenas as atividades relacionadas ao trabalho escravo”, garante.

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O movimento será nacional e será acompanhada de atos públicos e protestos em todo o Brasil. Em Goiás, a concentração será na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás, no Setor Sul, a partir das 9h30.

A Auditoria-Fiscal do Trabalho pede a revogação da portaria que altera a definição conceitual de trabalho escravo para fins de fiscalização e resgate de trabalhadores. O assunto, pauta de debates polêmicos desde a última semana, continua rendendo bastante críticas de vários segmentos. A

lém de sofrer críticas de diversas entidades do país como o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Trabalho (MPT), a portaria publicada pelo governo Michel Temer (PMDB) também foi atacada por organizações internacionais como a ONU e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Representantes dos Direitos Humanos também se manifestaram contra as mudanças.

O Ministério Público do Trabalho alerta que, com a portaria do governo Temer, cerca de 90% dos processos e investigações sobre trabalho escravo deixaram de ser classificados como análogos à escravidão. “Não podemos aceitar. Queremos a imediata revogação dessa portaria para que possamos voltar ao trabalho”, arremata a presidente.