Integrante do partido Solidariedade se defendeu em nota ao Jornal Opção Online. O inquérito policial aponta crime cometido por ele, Anselmo Pereira e Nelson Siqueira

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Ex-deputado federal, Armando Vergílio / Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O ex-deputado federal Armando Vergílio (SD) garantiu ao Jornal Opção Online que o inquérito policial que comprovou o envolvimento dele, do presidente da Câmara Municipal Anselmo Pereira (PSDB) e do ex-presidente do Ipasgo Nelson Siqueira em crime contra a administração pública é perseguição política. “A princípio entendo que trata-se nitidamente de uma ação de cunho político — de perseguição”, disse por meio de nota.

O inquérito policial ao qual se refere, concluído na Delegacia Estadual de Repressão a crimes contra a Administração Pública (Decarp), aponta que ao menos quatro servidores contratados indevidamente pelo Ipasgo foram cedidos de forma ilegal para a extinta Secretaria de Governo e de Assuntos Institucionais, então comandada por Armando Vergílio.

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Entretanto, os servidores nunca trabalharam na pasta, mas sim no gabinete do vereador tucano Anselmo Pereira. Existem indícios, ainda, de que os mesmos trabalharam como cabo eleitoral durante campanha política de 2006 para um candidato a deputado estadual ligado ao vereador Anselmo.

Armando afirma que não irá se manifestar sem antes conhecer os detalhes do inquérito, mas em sua defesa diz que sequer conhece as pessoas que foram objeto de “suposto favorecimento”. “Meu nome claramente foi citado de forma injusta e indevida, apenas por ter sido o secretário de Governo à época”, afirmou.

Veja a nota na íntegra:

Recebi com surpresa e indignação o posicionamento da DERCAP.
Não vou me manifestar de forma pormenorizada, até conhecer os detalhes do inquérito.
A princípio, pelo que fui informado pela própria imprensa, entendo que se trata, em relação a minha pessoa, nitidamente de uma ação de cunho político (de perseguição).
Feita através de uma descabida denúncia anônima, que originou em um inquérito de 2006, que estranhamente ficou paralisado todo esse tempo (portanto mais de 8 anos), onde não se tem uma única prova ou evidência de qualquer envolvimento meu. Como de fato não há.
Nunca tomei conhecimento, concordei ou muito menos autorizei qualquer servidor a não trabalhar ou se desviar de sua função. Se isso ocorreu, foi sem meu conhecimento ou consentimento e obviamente, repito e friso, caso tenha ocorrido, os culpados devem sim ser exemplarmente punidos. No entanto é muito leviano envolver meu nome nisso.
Meu nome claramente foi citado de forma injusta e indevida, apenas por ter sido o secretário de Governo à época e talvez por comandar hoje um partido que não se submete às vontades do governo.
Sequer conheço as pessoas que foram objeto do suposto favorecimento.
Informo que tomarei, no tempo certo, as devidas providências legais.
Quanto ao mais, continuo confiando e acreditando na justiça e permaneço então tranquilo, com a consciência e as mãos limpas, que sempre pautaram minha vida pessoal, profissional e política.
Armando Vergílio

O delegado que comandou as investigações, Rômulo Figueiredo de Matos, destacou que o uso de mão de obra pública configura ato de improbidade administrativa.