Argentina registra inflação de 138,3% ao ano a menos de 15 dias das das eleições
13 outubro 2023 às 19h30
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A Argentina registrou em setembro uma taxa anual de inflação de 138,3%, a menos de duas semanas das eleições presidenciais. O Instituto Nacional de Estatísticas divulgou que os preços subiram 12,7% durante o mês, ampliando as preocupações econômicas.
Essa notícia veio à tona antes do primeiro turno das eleições, agendado para 22 de outubro, quando o ministro da Economia, Sergio Massa, candidato do governo, enfrentará Javier Milei, que é visto como um favorito nas pesquisas devido a sua abordagem ultraliberal, e Patricia Bullrich, que representa uma perspectiva conservadora.
Milei está promovendo a ideia de dolarizar a economia e abolir o Banco Central, uma proposta que está em desacordo com os outros candidatos mais competitivos, de acordo com as pesquisas de opinião.
Em setembro, a Argentina registrou o índice mensal de inflação mais alto do ano, que foi o dobro do observado em janeiro, atingindo 6%. Os setores que testemunharam as maiores altas de preços foram vestuário e calçados (15,7%), lazer e cultura (15,1%), e alimentos e bebidas não alcoólicas (14,3%). A inflação acumulada até setembro chegou a 103,2%.
Essa alta taxa de inflação é uma das mais elevadas em todo o mundo e foi ocorreu por uma significativa desvalorização do peso, que foi em torno de 20%. O Banco Central reagiu a essa situação ao aumentar novamente a taxa de juros para 133% ao ano (11% ao mês) na quinta-feira, 12, embora ainda esteja abaixo da inflação.
“Os indicadores de alta frequência continuam refletindo uma desaceleração do ritmo de aumento do nível geral de preços desde o pico da terceira semana de agosto, e sugerem que a inflação mensal mostraria uma desaceleração significativa em outubro”, consta em nota do Banco Central.
Desde 2019, a Argentina tem mantido um sistema de controle de câmbio com restrições significativas à compra de moeda estrangeira. A inflação tem sido um desafio crônico para a economia do país, que experimentou uma hiperinflação em 1989.
Recentemente, o mercado cambial argentino sofreu turbulências significativas, com a taxa de câmbio do dólar paralelo, conhecido como ‘blue’, atingindo 1.010 pesos na terça-feira, em comparação com 945 pesos no dia anterior e 685 pesos em 14 de agosto, quando houve uma desvalorização da moeda nacional. A taxa de câmbio oficial permanece em 365 pesos por dólar.
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