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Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul conseguiram manter recursos que seriam destinados ao Distrito Federal

Foto: Cristiano Borges

Em reunião realizada na última segunda-feira, 2,  pelo Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Conselho/Sudeco), em Brasília, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) recuperou R$ 71 milhões do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) para o ano de 2020.

De acordo com a proposta apresentada pelo Banco do Brasil, no ano que vem, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul perderiam 1%  de suas verbas. Os 3%, por sua vez, seriam repassados ao Distrito Federal (DF), em função da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride).

Caiado, entretanto, apresentou aos presentes as consequências sociais acarretadas pela redução do montante. Por fim, durante a deliberação do Conselho, a decisão foi revertida por seis votos a cinco. O desempate foi dado pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto.

Com a reviravolta no debate, Goiás e Mato Grosso voltaram a ter 33% dos recursos do FCO; Mato Grosso do Sul, 24%; e o Distrito Federal ficou com 10% e não com 13% inicialmente previstos.

“Conseguimos mostrar que os Estados têm mais áreas de carências do que o DF. O FCO é muito importante para o setor produtivo, seja indústria ou comércio. Temos que ter uma visão social da aplicação da verba”, defendeu o governador.

Ao apresentar seus argumentos para recuperar parte do recurso que seria destinado ao DF —equivale a R$ 71, 2 milhões — o governador fez algumas comparações. Uma delas diz respeito à proporção entre o número de habitantes do DF — 3 milhões — e de Goiás — 7 milhões — bem como o orçamento que cada ente possui na área da Saúde, por exemplo: R$ 8,2 bilhões e R$ 2,3 bilhões, respectivamente.

“O presidente Jair Bolsonaro já mostrou que não coaduna com o pensamento de ilhas de prosperidade e continentes de desigualdades. A forma de pensarmos diferente, aqui no conselho também, tem que ser agora”, completou o democrata.

Após a exposição, o governador pediu que a votação fosse nominal. O vice-governador do Mato Grosso foi o primeiro a acompanhar o voto de Caiado. Os representantes do Ministério da Agricultura e de Ciência e Tecnologia no Condel/Sudeco também hipotecaram apoio à proposta do governador goiano. Com o placar empatado em 5 a 5, conforme regulamento do conselho, coube ao titular do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) dar o voto de minerva.

“A reunião de hoje trouxe em si um conhecimento adicional. A política nacional de desenvolvimento regional tem, na sua essência, o propósito de beneficiar aqueles que não tiveram oportunidades. O governo do presidente Jair Bolsonaro está fazendo diferente, apostando naqueles que não tiveram voz. Por isso, meu voto é para devolver esses 1% a cada um dos Estados”, pontuou.

Depois da reunião da Sudeco, o governador esteve com o presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Patrício e do Parnaíba (Codevasf), Marcelo Andrade. Caiado anunciou que será inaugurado um escritório da companhia em Goiânia, na sede da Secretaria Estadual de Agricultura, no próximo dia 17 de dezembro. “Teremos mais celeridade para implantar as obras necessárias em nosso Estado, depois que a verba for aprovada pelo governo federal”, informou Caiado.

Orientada por vocações locais, a Codevasf contribui para a melhoria de vida e desenvolvimento socioeconômico, por meio da execução direta ou de parcerias, de ações relacionadas principalmente ao desenvolvimento da agricultura irrigada, revitalização de bacias hidrográficas, estruturação de atividades produtivas e oferta de água para garantia da segurança hídrica.