Após pressão, líder do governo retira projeto relativo a quinquênio da pauta de votação
28 abril 2015 às 19h12
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Outros dois projetos vão de encontro aos interesses dos servidores da Educação, que prometem marcar presença na Assembleia nos próximos dias
Com presença de integrantes do Sintego, a sessão ordinária desta terça-feira (28/4) da Assembleia Legislativa, com três projetos referentes à Educação tramitando, contou com posicionamentos acalorados e muita movimentação de professores e outros servidores. O líder de governo, Jose Vitti (PSDB), resolveu, então, retirar de pauta o projeto que estava para primeira votação, referente a quinquênios e promoções.
O tucano explicou que a matéria 814/2015 será discutida com mais amplitude para poder ser votada em plenário. Vitti nega que tenha retirado da pauta por pressão da categoria na Assembleia, mas sim porque pretende aprofundar a discussão da matéria. “É princípio nosso haver negociação”, pontuou.
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Vitti foi vaiado ao discursar dizendo não saber se será possível atender a todas as reivindicações dos professores. “Não porque o governo não quer, mas porque o Estado não tem capacidade de cumprir nesse momento”, disse, assegurando que será feito tudo o que tiver ao alcance do governo de Goiás.
Tendo como relator Francisco de Oliveira (PHS) — Chiquinho — , o projeto prevê a unificação do pagamento do quinquênio para janeiro. A reclamação dos servidores é que, por exemplo, no caso um funcionário estadual que deveria receber a gratificação adicional por tempo de serviço em fevereiro, deverá esperar até janeiro do ano seguinte. “Aí não é quinquênio, é sexênio”, disse a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima.
De acordo com Chiquinho, em conversas com o governador Marconi Perillo (PSDB), a base viu que o gestor tem se mostrado sensibilizado com a questão, e tem pensado em não mexer no direito dos servidores.
No projeto especifica-se que a ação se justifica devido à necessidade de diminuir os gastos da máquina pública. Além disso, o projeto prevê também modificações relacionadas ao abono de faltas, exigindo que sejam justificadas por atestado médico, até o limite de três faltas por mês e 18 por ano.
Da base do governo, o líder da banca do PSD, Lissauer Vieira, afirma ser, pessoalmente, contra qualquer projeto que retire direitos dos servidores, mas afirma que irá discutir matéria a fim de se chegar a um entendimento comum.
Questionado sobre a possibilidade de votar contra um projeto do governo, o deputado reiterou que intenção é chegar a uma posição que agrade ambas as partes, sem dizer, entretanto, que posição tomaria caso um acordo não fosse possível. “Tudo tem discussão. Não queremos votar contra, mas sim chegar a um entendimento”, disse.
Além de projeto referente aos quinquênios, a categoria luta contra outros dois projetos: um sobre a mudança nas progressões aos professores, que passariam a ser concedidas somente em janeiro, e não mais em janeiro e julho; outro sobre o reajuste do piso somente para agosto, e não mais no início do ano, em janeiro.
Presença de servidores alavanca oposição
Com o auditório cheio de integrantes do Sintego, além da presença da presidente do sindicato no plenário, deputados de oposição discursaram de forma contundente sobre projetos que os servidores lutam contra.
O peemedebista Adib Elias, além de falar do projeto referente ao quinquênio — “É rasgar o Estatuto do Servidor”, disse –, aproveitou a oportunidade para criticar as Organizações Sociais na Saúde, enfatizando ser contrário à implantação na área da Educação. O projeto 897/2015, que fala em ampliar as atividades que que as OSs podem ter no Estado, já tramita na Casa.
A deputada Isaura Lemos (PC do B) chamou de total “retrocesso” na carreira dos professores a aprovação da mudança nos quinquênios. O petista Luis Cesar Bueno garante que a oposição vota contra e irá permanecer assim. O mesmo fala Adriana Accorsi (PT), que entende o processo de corte de gastos do governo, mas diz: “Tem que apertar o cinto, mas não às custas do trabalhador.”