Ao menos 150 servidores ficam feridos em protesto contra aprovação de projeto de lei no Paraná
29 abril 2015 às 18h03
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Manifestantes entraram em confronto com policiais militares, que responderam com tiros de borracha e gás lacrimogênio. Proposta retira benefícios do funcionalismo
Ao menos 150 pessoas ficaram feridas durante manifestação na tarde desta quarta-feira (29/4) em frente ao prédio da Assembleia Legislativa do Estado de Paraná, em Curitiba. Servidores estaduais protestam contra o projeto de lei que altera a fonte de pagamento de mais de 30 mil beneficiários para o Fundo Previdenciário.
O tumulto teve início por volta das 16 horas, quando milhares de manifestantes, na tentativa de entrar na Casa de leis, ameaçaram ultrapassar a barreira humana feita por policiais em frente ao prédio. Os agentes, por sua vez, responderam com bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e spray de pimenta.
Em nota, o prefeito de Curitiba, Gustavo Früet (PDT), informou que equipes da saúde municipal estão atendendo os feridos no prédio da prefeitura, que foi totalmente evacuado. Os agentes da Guarda Municipal também foram convocados para ajudar no transporte dos feridos, já que as ambulâncias não conseguem chegar até a região do tumulto. “Parece uma praça de guerra”, conclui a nota do prefeito.
O confronto ganhou as redes sociais e diversos internautas fizeram duras críticas à ação policial e ao governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). O tumulto chegou a figurar entre os assuntos mais comentados no Twitter, com a hashtag #BrasilComOsProfessoresdoParana.
Projeto de lei
Os deputados paranaenses votam nesta quarta-feira, em segunda e última votação, o projeto de lei que promove alterações no custeio do Regime Próprio da Previdência Social dos servidores estaduais. Com isso, o governo deixa de pagar sozinho mais de 30 mil aposentadorias e divide a conta com os próprios funcionários.
Caso aprovada, a medida resultará em uma economia de mais de R$ 125 milhões mensais ao tesouro estadual. Para o governador Beto Richa, a matéria é “viável” e garante “solidez e equilíbrio” para sistema previdenciário paranaense. Na avaliação do tucano, as críticas quanto à proposta são maldosas e possuem cunho político.