Deputados como Rafael Gouveia, Cairo Salim, Paulo Trabalho e Amauri Ribeiro já haviam se manifestado em sessão na Alego contra filme

Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O deputado estadual Amauri Ribeiro (Patriota) se manifestou ao Jornal Opção sobre a determinação da Justiça do Rio de Janeiro em retirar o especial de Natal da produtora Porta dos Fundos da programação da Netflix. “Fico feliz com a decisão da Justiça”, comemorou o parlamentar. “Fazerem graça com cara de político é uma coisa. Agora, com de Cristo, acho um absurdo. Uma blasfêmia”, comentou.

“O meu repúdio é o mesmo da maioria que tem temor a Deus. A gente fica nervoso com essa situação, porque para eles tudo é homofobia”, disse Amauri ao comentar o programa. “Não me sentiria bem em assistir. Ver um Deus que eu prego para meus filhos, que é pai e soberano e aí, eles vêem um filme desse, que coloca Jesus como homossexual, José como corno… Desrespeitar o homem, sabe. Com Deus, com a crença, é exceder”, completou.

Na Justiça

A decisão foi tomada pelo desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, após liminar pleiteada pelo Centro Dom Bosco de Fé e Cultura, uma associação católica. O argumento do desembargador é que o direito à liberdade de expressão, imprensa e artística não é absoluto. O pedido já havia sido negado pela juíza Adriana Jara Moura, da 16ª Vara Cível, que disse que filme não viola o direito da liberdade de crença de forma a justificar a censura pretendida.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, criticou a decisão do magistrado, que ainda cabe recurso. “A Constituição brasileira garante, entre os direitos e garantias fundamentais, que ‘é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença'”, declarou. Para ele, a censura ou a ameaça à liberdade representa um retrocesso que não pode ser aceitado.

Ataque

Às vésperas do Natal, em 24 de dezembro, a sede da produtora Porta dos Fundos, na Zona Sul do Rio de Janeiro foi atacada com dois coquetéis molotov. O crime foi registrado na 10ª DP (Botafogo). O suspeito de cometer o ato, o empresário Eduardo Fauzi, teve o nome incluído pela Polícia Federal na lista vermelha da Interpol.

Fora do Brasil

No exterior, o especial também sofre rejeição. Na Polônia, um abaixo-assinado com 1,4 milhões de assinaturas também pede para que a Netflix remova o filme de seu catálogo. O vice-premier, Jaroslaw Gowin, usou as redes sociais para protestar contra o especial e o descreveu como “escândalo inimaginável”.