Advogado diz que denúncia contra diretor da Agetop é “ficção”

11 agosto 2015 às 16h04

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Defesa rebate ao menos três procedimentos suspeitos envolvendo José Marcos de Freitas Musse na operação do MPGO
As denúncias envolvendo o diretor de Obras da Agetop, José Marcos de Freitas Musse, no suposto esquema criminoso investigado pela Operação Compadrio, do Ministério Público de Goiás (MPGO), são infundadas e beiram à “ficção”. Ao menos é o que sustenta a defesa do dirigente.
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Em entrevista ao Jornal Opção Online, o advogado Ovídio Martins contou que ainda não teve acesso aos autos do processo, mas que Musse é investigado por ao menos três procedimentos suspeitos. Entre eles, um empréstimo de R$ 15 mil que o diretor fez ao ex-deputado Tiãozinho Costa e que depois retornou para própria conta.
O diretor da Agetop é suspeito, ainda, de ter subcontratado uma empresa, a qual seria sócio oculto, para prestar serviços gerais para o governo de Goiás. De acordo com Ovídio, o MPGO tenta criar uma relação entre a movimentação bancária e a subcontratação. “Alguém que pertence à direção de uma agência que comanda milhões de reais é suspeito por uma movimentação de R$ 15 mil. Fazer essa ligação já é ficção”, defendeu.
Ovídio também contestou a legitimidade da gravação que comprovaria a subcontratação da empresa, alegando que os diálogos foram interpretados erroneamente. Sobre o empréstimo feito a Tiãozinho, o advogado afirmou que o dinheiro teria circulado de uma conta a outra por se tratar de um empréstimo pessoal.
Por fim, o advogado de defesa contou que Musse também é investigado por depósitos identificados em sua conta corrente, que, segundo ele, são referentes à venda de parte de uma empresa de vigilância pelo diretor. “Temos um contrato e tudo foi declarado à Receita Federal”, justificou.
Entenda a Operação Compadrio
Em operação de combate ao desvio de dinheiro público deflagrada pelo MPGO, na manhã desta terça-feira (11/8), foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, sete mandados de prisão temporária, 21 mandados de condução coercitiva e 37 mandados de busca e apreensão.
Batizada de Operação Compadrio, a ação iniciada em 2013, apurando a prática de crimes contra a Administração Pública realizadas por uma organização criminosa instalada em órgãos públicos do Estado de Goiás. Segundo o MP, esse grupo utilizava funcionários fantasmas e de empresas laranjas para desviar dinheiro público.
Foram apuradas também práticas de favorecimento em licitações públicas, lavagem de dinheiro e retirada fraudulenta de restrições bancárias, cartorárias e no cadastro de proteção ao crédito, todos eles contando com a colaboração e participação de funcionários públicos.
Dentre os presos estão o ex-deputado Tiãozinho Costa, sua irmã, Sandra Beatriz, seu cunhado, Geraldo Magela, além do diretor da Agetop, José Marcos de Freitas Musse.