O acordo entre Mercosul e União Europeia, caso seja implementado, promete mudanças significativas para a economia brasileira e o consumidor. Com 25 anos de negociações, o tratado técnico foi anunciado em Montevidéu (Uruguai) na sexta-feira, 6.

No entanto, ainda depende da aprovação pelo Conselho de Ministros e Parlamento Europeu, em Bruxelas, e enfrenta resistência de países como França, Polônia e Itália. Se aprovado, o tratado prevê uma redução gradual ou imediata de tarifas de importação.

Essa medida impactará 91% dos produtos que o Brasil importa da União Europeia e 95% dos itens exportados para o bloco europeu.

  • Setores beneficiados: o agronegócio, com destaque para carnes, óleos vegetais e pecuária, deve ser o maior beneficiado.
  • Impacto no consumidor: produtos como azeites, queijos, vinhos e frutas de clima temperado podem ter preços reduzidos no Brasil, embora a taxa de câmbio possa influenciar esse benefício.
  • Importação de insumos e máquinas: espera-se uma queda nos custos de produção, o que pode baratear produtos nacionais a longo prazo.

Apesar das projeções otimistas, alguns setores industriais podem sofrer com a maior concorrência. Estima-se queda na produção de veículos, equipamentos eletrônicos e têxteis.

No entanto, o governo brasileiro negociou salvaguardas, como a possibilidade de retomar tarifas caso o setor automotivo seja impactado significativamente. De acordo com estudos do Ipea, o acordo pode gerar um crescimento acumulado de 0,46% no PIB brasileiro até 2040, o equivalente a US$ 9,3 bilhões anuais. Além disso:

  • Expansão no agronegócio: ganhos estimados em US$ 11 bilhões até 2040.
  • Estímulo à produção local: salvaguardas para compras governamentais incentivam empresas europeias a produzir no Brasil, favorecendo setores como tecnologia e saúde.

A maior parte do aumento das importações oriundas da União Europeia deve substituir produtos vindos de outros países, como a China, equilibrando o impacto na balança comercial brasileira.

Com ajustes estratégicos, o acordo Mercosul-UE representa uma oportunidade para modernizar a economia brasileira, ampliar a competitividade e beneficiar consumidores. A chave está na implementação equilibrada, aproveitando as vantagens e mitigando os riscos.

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