Ações contra o crime não surtem efeito e facções se fortalecem no Brasil

15 julho 2024 às 12h19

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Por décadas, tanto o governo federal quanto as unidades da federação criaram e executaram formas para coibir a atuação de organizações como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), além de milícias. Nos últimos anos, o combate se intensificou com atuações policiais de maior potencial letal e com a criança da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), que uniu forças de segurança estaduais e federais em operações conjuntas.
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Porém, mesmo com as ações e com as afirmações de políticos que ainda repetem o velho discurso que em alguns estados “não existe facção”, é fato incontestável que as organizações criminosas avançaram e se fortaleceram ainda mais do que os planos criados para coibi-las. Atualmente, todos os estados brasileiros contam com a atuação de ao menos uma das 72 facções criminosas apontadas em relatório divulgado em junho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O número é 33,9% maior do que a quantidade apontada em 2023, ano em que foi publicado o penúltimo estudo do Fórum. Neste mesmo ano a FICCO passou a atuar em larga escala em todo o país.
Entre as 26 unidades da federação e o Distrito Federal, o Rio Grande do Sul, Bahia e Pará se destacam como os estados com a maior quantidade de organizações criminosas, com 13, oito e sete, respectivamente. Em Goiás, o PCC, CV e a goiana Amigos do Estado (ADE) são apontadas como facções dominantes, mas que dividem o poder com a Família Monstro.
O CV, inclusive, trava uma guerra sangrenta enquanto se exponde no Rio de Janeiro depois de décadas de perda de território para a milícia. O cenário de crescimento da criminalidade é um reflexo da fortificação do crime organizado, que sofre com as investidas da segurança pública, mas que ao mesmo tempo se recupera quase que instantaneamente. É como a Hidra dos contos mitológicos, que quando era lhe era cortada uma cabeça, outras duas duas nasciam no lugar.