Assembleia Geral Extraordinária era o que faltava para selar finalmente a negociação da companhia federal com a Celg

O fim oficial da novela “Federalização da Celg” chegou de fato na manhã de sexta-feira (26/9), quando os acionistas da Eletrobras aprovaram em Assembleia Geral Extraordinária a aquisição de 51% de participação na Celg. No dia 26 de agosto foi assinada a promessa de compra e venda das ações, no valor de R$ 59,5 milhões, mas a negociação seria garantida somente com o empréstimo de R$ 1,9 bilhão a ser usado para pagar dívidas da empresa e ainda como capital de giro. Depois de garantido o empréstimo junto à Caixa Econômica Federal (CEF) no último dia 17, as assembleias em ambas as empresas com seus acionistas eram os únicos trâmites que faltavam para finalizar a negociação. A assessoria de imprensa da Eletrobras não soube informar os votos dos acionistas.

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As assembleias gerais foram realizadas sem atraso, nas datas já pré-estabelecidas: dia 22 na Celg e dia 26 na Eletrobras. Na última segunda-feira (22/9), o diretor de regulação da Celg D, Elie Chidiac, estava receoso quanto à assembleia na companha federal. “Houve uma divisão no conselho, e lá poderia haver um problema”, disse ao Jornal Opção Online na época. Isso porque no dia 1º deste mês o jornal Valor Econômico divulgou que a compra de 51% das ações da Celg não foi tomada em consenso pelos conselheiros da Eletrobras. O jornal apontou que a negociação deixou a direção da empresa dividida, com uma abstenção, um voto contrário e seis a favor. Pelo menos três desses seis, no entanto, teriam sido proferidos de forma “contrariada”.

Com a aprovação, o presidente da Celg D, Fernando Navarrete, havia informado que a transferência das ações se dá de forma imediata. O valor de R$ 59,5 milhões foi extraído de um valor presente líquido da Celg de R$ 116,7 milhões. Esse último valor é a média dos dois laudos de avaliação feitos pela Deloitte (R$ 115,8 milhões) e a Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape, R$ 117,7 milhões). A Deloitte foi contratada pela Eletrobras e a Funape prestou serviço à Celgpar.

Os problemas executivos da Celg D tiveram início em 2011, estando em último lugar no ranking da Aneel sobre a qualidade do serviço até o começo de 2014. A empresa era mantida pelo governo do Estado de Goiás e o processo de federalização vinha sendo discutido com a Eletrobras e com o Ministério de Minas e Energia desde o início de 2012. A Eletrobras, com essa nova aquisição, passa a gerir sete companhias de distribuição: do Piauí, de Roraima, do Acre, de Rondônia, do Amazonas, e do Alagoas e de Goiás. Em todos os casos, as companhias eram originalmente administradas pelos governos estaduais, que sofriam com problemas financeiros.