Acabou o julgamento do mensalão; a próxima atração será a volta de petistas às ruas

17 março 2014 às 15h44

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Como aconteceu na etapa anterior de julgamento dos embargos dos condenados que eliminou a formação de quadrilha como crime dos réus do mensalão, o presidente Joaquim Barbosa não se interessou em presidir toda a sessão final do Supremo Tribunal Federal na quinta-feira. Ele sabia que a acusação de lavagem de dinheiro também cairia no caso do ex-deputado petista João Paulo Cunha.
Com a redução de penas, mesmo que José Dirceu não consiga licença da Justiça para trabalhar fora, ele estará de volta às ruas dentro de 12 meses, em março do próximo ano. Na ocasião terá cumprido a parcela mínima de sua condenação, reduzida no caso da quadrilha, a sete anos e11 meses de prisão.
Muito antes, em agosto próximo, o ex-deputado José Genoino poderá dispensar a prisão domiciliar e retornar à circulação nas ruas. A sua pena original foi reduzida quatro anos e oito meses de prisão com a queda da formação de quadrilha.
Delúbio Soares teve a pena reduzida, no caso da quadrilha, a seis anos em regime semiaberto e poderá voltar a circular no trabalho se não criar mais confusão com regalias. João Paulo Cunha, agora com pena reduzida a seis anos e quatro meses também garantiu o semiaberto e está à espera de licença para trabalhar com advogados num escritório.
No queda da formação de quadrilha e da lavagem de dinheiro, foi fundamental o voto dos dois ministros mais recentes do Supremo, Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso, nomeados pela presidente Dilma Rousseff. Eles viraram o placar do julgamento original. A lavagem não valeu também para João Cláudio Genu, além de Cunha. Mas valeu para o corretor de câmbio Breno Fischberg.
No balanço final, o mensalão, denunciado em junho de 2005 pelo ex-deputado Roberto Jefferson, durou um ano e sete meses e exigiu 69 sessões do Supremo. O processo começou com 40 denunciados e terminou com 37 réus. Deles, 24 foram condenados e13 absolvidos