A bancada goiana na Câmara dos Deputados mostrou ser mais governista no primeiro ano de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 12 dos 17 parlamentes votaram favoráveis em mais de 75% dos projetos de leis enviados pelo governo, em 2023. O levantamento feito pela reportagem com base nos dados do Radar do Congresso, do portal Congresso em Foco, indica ainda que apenas três deputados votaram menos da metade das vezes com o governo.

Entre as principais pautas aprovadas pelos parlamentares estão a reforma tributária e sua Regulamentação; taxação dos super ricos; taxação das apostas esportivas; Arcabouço Fiscal; Igualdade salarial entre homens e mulheres; Dia da Consciência Negra e o Programa Desenrola Brasil.

Exceto os parlamentares do PT em Goiás, Adriana Accorsi e Rubens Otoni deram anuência aos projetos do Planlato em 99% das votações. Indo para os partidos que compões o Centrão, o deputado que mais votou favorável às pautas do Palácio do Planalto foi Adriano do Baldy (PP), com 88% de anuência. Em seguida está o deputado Ismael Alexandrino (PSD), com 86% de concordância e Flávia Morais (PDT), com 85%.

Integram o grupo ainda os deputados: Célio Silveira (MDB) com 82%; José Nelto (PP) também 82%; Lêda Borges (PSDB) 81%; Jeferson Rodrigues (Republicanos) 81%; Marussa Boldrin (MDB) 79%, Glaustin da Fokus (Podemos) 78% e Silvye Alves (UB) 77%.

Daniel Agrobom (PL) votou acompanhando a orientação da liderança do governo em 72% das votações. Zacharias Calil (UB) votou 66% com o Planalto.

Professor Alcides (PL), Gustavo Gayer (PL) e Magda Mofatto (PRD) votaram, respectivamente, 48%, 39% e 40% das vezes com a base governista.

O cientista político Diego Flores explica que esse cenário é reflexo do toma lá dá cá que se instaurou no país no momento em que se formou a frente ampla pela democracia. “No passado, o presidente negociava com os partidos pela força da sua popularidade. Mas hoje ele tem uma aprovação bem menor e no cenário federal você não tem mais negociação com partidos e bancadas. Hoje, o Centrão praticamente fala por si”, comenta.

Flores ainda analisa que no primeiro ano de governo o presidente tinha mais força de negociação e também uma popularidade no meio político mais alta, o que dava mais força na negociação com a Câmara. Desde o início de 2024 os conflitos entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) com ministros do governo gerou uma série de crises com o Planalto, o que fez com que a pauta do governo ficasse parada.

Na época, deputados governistas, membros do colégio de líderes e também de oposição alertaram que o próprio presidente precisaria liderar as negociações. As tensões foram amenizadas após encontro com o presidente e também de agendas urgentes do governo como a aprovação de um pacote de ajuda para socorrer o estado do Rio Grande do Sul.

Para todos os parlamentares também interessa ser um pouco governista. Segundo Flores, a intenção de garantir mais influência e poder nas decisões colocar como moeda de troca espaços da administração pública e também a liberação de emendas parlamentares, sejam elas individuais, de bancada ou de comissão.

Veja lista completa

  • Adriana Accorsi (PT) 99%
  • Rubens Otoni (PT) 99%
  • Adriano do Baldy (PP) 88%
  • Ismael Alexandrino (PSD) 86%
  • Flávia Morais (PDT) 85%
  • José Nelto (PP) 82%
  • Célio Silveira (MDB) 82%
  • Jeferson Rodrigues (Republicanos) 81%
  • Lêda Borges (PSDB) 81%
  • Marusa Boldrin (MDB) 79%
  • Glaustin da Fokus (Podemos) 78%
  • Silvye Alves (UB) 77%
  • Daniel Agrobom (PL) 72%
  • Dr. Zacharias Calil (UB) 66%
  • Professor Alcides (PL) 48%
  • Magda Mofatto (PRD) 40%
  • Gustavo Gayer (PL) 39%

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