Foi realizado nesta terça-feira, 27, às 22h, o último debate entre os candidatos ao governo do Estado, no primeiro turno. Programa, promovido pela TV Anhanguera/Rede Globo, contou com a participação dos candidatos Irajá Abreu (PSD), Karol Chaves (Psol), Paulo Mourão (PT) e Ronaldo Dimas (PL). O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), que havia confirmado presença, não compareceu.

A organização informou que a assessoria de campanha do candidato enviou nota a pouco instantes de começar o debate, justificando a ausência. “Informamos a impossibilidade de comparecimento ao debate, lamentamos a ausência involuntária em função de conflito de agenda de campanha”. A mediação do debate foi do jornalista da Rede Globo, Heraldo Pereira.

Dividido em quatro blocos de perguntas de candidato para candidato, o debate se estendeu por duas horas. Foi durante todo o tempo meio mono, e às vezes quase sonolento. No 1º e 3º blocos os candidatos respondem perguntas de temas livre e no 2º e 4º de tema determinados. Os candidatos abordaram temas como saúde, educação, transporte, infraestrutura, saneamento básico, emprego e renda, dentre outros.

Sem a presença do governador para provocar os candidatos optaram em “trocar figurinhas” entre eles. Fazer perguntas para permitir fazer discurso na réplica. Na maior parte do tempo os candidatos fizeram discurso sem se importar em responder questionamentos. Poucas vezes Mourão quebrou a monotonia do debate de compadre e partiu para cima dos concorrentes apontando contradições e sobretudo, aproveitando para defender as realizações do ex-presidente Luiz Inácio da Silva.

No geral os candidatos apresentam algumas ideias, falaram de propostas e de promessas. Gastaram mais tempo fazendo acusações ao governador Wanderlei Barbosa, do que falando de projetos que pretendem implementar. O chamaram Wanderlei de fujão, reclamaram da sua falta de interesse em dialogar e insinuaram que estava com medo. Irajá deu mais detalhes da sua Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que apura a conduta do governador pela contratação temporária de 16 mil servidores. Dimas informou que também entrou com outra ação pedindo informações sobre contração de veículos de comunicação, influenciados digitais, com recursos de caixa dois.

Como se previa Wanderlei foi atacado por todos os candidatos. Irajá foi o mais enfático nas críticas. O chamou de “encurralado”, pela justiça e alardeou que quem votar nele corre o risco de perder o voto. “Quer seu voto jogado fora, vota no candidato tampão”, declarou Irajá, apontando que Wanderlei terá o mesmo destino de outros governadores, terá o mandato cassado.

Ausência

Wanderlei foi pragmático. Mediu custos e benefícios e decidiu não comparecer. Pelo que se viu fez bem em não correr riscos na reta final da campanha. O debate não traria mais vantagens do que as que já tem. A possibilidade de vencer no primeiro turno, mas poderia trazer prejuízos eleitorais. Mesmo ausente foi motivo de ataques de todos os candidatos. Se estive presente os ataques seriam mais violentos. Com a ausência Wanderlei pode ter tido algum arranhão na imagem, mas possivelmente terminou por inviabilizar o debate. Nesse caso os prejuízos pela ausência foram mínimos.