A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), reagiu com indignação ao saber que servidores da Prefeitura de Palmas foram identificados participando dos atos terroristas contra os três poderes, em Brasília. Provocados por internautas que acompanhavam as movimentações, a gestora prometeu apurar as responsabilidades de eventuais servidores nos atos, anunciando inclusive a possibilidade de exoneração.

“Já determinei a Semus [Secretaria Municipal de Saúde] e a Seplad [Secretaria de Planejamento] que levantem todas as informações necessárias, incluindo folha de ponto/frequência da servidora. Consultei a PGM [Polícia da Guarda Metropolitana] sobre o caso e questão e a imediata abertura de PAD [Processo Administrativo]. Espero que a servidora tenha sido presa em flagrante. Uma vergonha/Palmas”, disse, a prefeitura por meio das redes sociais.

A prefeita se referia à dentista Yette Nogueira, que em vídeo, gravado durante a invasão, disse que estava há 66 dias acampada em Brasília, segundo ela, defendendo o Brasil. Internautas questionaram a ausência da servidora ao local de trabalho por tanto tempo. Outros tocantinenses foram identificados participando dos atos.

O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) também determinou investigação de possível participação de servidores do Estado nos atos terroristas, em Brasília. O governador garantiu que se confirmado a participação, o servidor responderá a processo administrativo e poderá ser punido.

União pela democracia

No Tocantins, autoridades, líderes políticos e magistrados se unem pela garantia da ordem pública e a defesa da democracia. O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), os senadores Irajá Abreu (PSD), Kátia Abreu (pP) e Professora Dorinha (UB); os deputados federais Dulce Miranda (MDB) Tiago Dimas (Podemos) e Ricardo Ayres (Republicanos); o presidente da Associação Tocantinense de Municípios (ATM), Diogo Borges; o presidente do Diretório Regional do PT no Tocantins, deputado Zé Roberto Lula (PT) vieram a público, por meio de nota, condenar os atos terroristas contra os três poderes em Brasília e manifestar a disposição de contribuir para manutenção da ordem pública.

Nas redes sociais a senadora Kátia Abreu fez um comentário irônico. “Porque os ônibus não foram barrados nas rodovias federais como fizeram no dia das eleições pela PRF (Polícia Rodoviária Federal]?”

Vicentinho destoa

Somente o deputado federal Vicentinho Júnior (pP) distou na maioria dos líderes tocantinenses. Conhecido apoiar o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Vicentinho disse não concordar com os atos, mas também disse que não poderia deixar de reconhecer se tratar de um direito do cidadão. “Não sou a favor do vandalismo, da depredação do patrimônio público, histórico e material do nosso País, mas também não posso dizer que não é de direito do cidadão reivindicar transparência e lisura do processo eleitoral. Se nós, lá atrás, tivéssemos feito um simples gesto, como a abertura do código-fonte para tirar este ar de dúvida que incomoda um pedaço da população brasileira que votou no candidato que perdeu as eleições, talvez isto tudo já teria resolvido”, disse o deputado recorrendo a Fake News para fundamentar sua tese.

Dissolução do QG

O comandante-geral da Polícia Militar do Tocantins, coronel Márcio Barbosa, informou nesta segunda-feira, 9, que cumpriu integralmente a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou no domingo, 8, a dissolução, em 24 horas, dos acampamentos que ainda restavam nas imediações de unidades militares, o que incluía a mobilização de bolsonaristas golpistas em frente ao 22º Batalhão de Infantaria, em Palmas.