Depois de acertos e desacertos, convenções indicam os nomes que concorrerão no dia 3 de junho

O fim de semana foi agitadíssimo no Tocantins, em razão das convenções partidárias. Um sábado repleto de articulações e acordos. Um domingo de homologações de muitos acertos, contudo, o registro – inesperados – de alguns desacertos.

A senadora Kátia Abreu (PDT) foi para a convenção acertada com o PT. Nada mais natural, uma vez que é aliada de primeira hora de Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula (PT). Ocorre que a executiva estadual indicou – ao invés de Paulo Mourão – os nomes de Celio Moura ou Marcia Barbosa. A senadora rejeitou ambos. A executiva nacional através da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) interferiu, insistiu que as negociações continuassem, mas não houve acordo.

O vice de Kátia Abreu será Marco Antonio Costa (PSD), que foi suplente dela no primeiro mandato no Senado. Como numa daquelas coincidências indesejáveis, caso a senadora consiga registrar a candidatura – visto que ela não estava filiada a nenhum partido seis meses antes da eleição – e ganhar o pleito suplementar, quem o assumirá seu mandato no senado federal é seu atual suplente, Donizeti Nogueira (PT).

Katia, no entanto, conseguiu o apoio do deputado estadual, ex-presidente da Assembleia Legislativa e, até este domingo, pré-candidato ao governo, Osires Damaso (PSC). A chapa da senadora está formada pelo PDT, PSD, PEN, PSC e Avante.

O PT, por sua vez, possui horário televisivo, mesmo porque tem três deputados estaduais, Paulo Mourão, Amália Santana e Zé Roberto. Precisando se posicionar politicamente e visando alcançar o poder, se aliou – após a rusga com Kátia Abreu – com o PSB, que homologou o nome do ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, ao governo do Estado do Tocantins. O PSB tinha poucos segundos na TV, mas ao receber Célio Moura como candidato a vice de Amastha, aumenta significativamente seu espaço de propaganda eleitoral.

Surpreendentemente, o senador Ataídes Oliveira refluiu de sua candidatura. Após bate-boca e confusão, o partido decidiu – assim como o MDB e PV – ficar fora das eleições. Alguns prefeitos e os dois deputados estaduais, Olyntho Neto e Luana Ribeiro, demonstraram desejo de apoiar o governador interino Mauro Carlesse (PHS), mas Ataídes e um grupo de correligionários não aceitaram. Ao final, ficou decidido que os membros estão liberados para apoiar quem quiser.

Um dos candidatos que mais fez barulho foi o Senador Vicentinho (PR). O partido realizou sua convenção no domingo e indicou seu nome para o governo, mesmo após tantos desentendimentos e troca de farpas com um dos maiores líderes da sigla, o prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas. Polêmicas à parte, Vicentinho ensaiou coligar com o MDB, que acabou por recuar, após intervenção da deputada federal Dulce Miranda (MDB). Uma ala rebelde, liderada por Moisés Avelino (MDB) solidarizou-se com a candidatura do senador, contudo, o apoio emedebista não é oficial.

O PR se coligou com o PROS e indicou Divino Bethânia para a vaga de vice-governador. Lideranças como o ex-deputado federal Eduardo Gomes (SD), a atual deputada federal Josi Nunes (PROS) e o deputado estadual Valdemar Junior (MDB) compareceram à convenção e manifestaram apoio à candidatura do senador, contudo, o deputado Eli Borges (PROS) estava prestando apoio ao deputado estadual e governador interino, Mauro Carlesse (PHS), num claro sinal que houve um racha na sigla.

Por falar em Carlesse, a convenção do seu partido foi – sem quaisquer dúvidas – a mais movimentada e aconteceu no auditório da Assembleia Legislativa. Além de lideranças políticas, a militância do partido também esteve presente. A convenção só terminou no começo da noite, após vários discursos de apoiadores do governador interino, entre os quais, Vanderlei Barbosa (PHS), Cesar Halum (PRB), Lazaro Botelho e Vaderez Castelo Branco (PP) e Eduardo Bonagura (PPS).

“Nós temos condições de fazer do nosso estado o melhor estado do Brasil. Ele tem tudo para ser feito. Ele tem ferrovia, ele tem estradas para todos os lado, ele tem energia, ele tem alguns projetos que têm que ser terminados. E tem o melhor que nós temos que é o povo, querendo, precisando, necessitando. É por isso que eu entrei na política”, disse Carlesse.

Inobstante a isso, a candidatura recebeu um apoio de peso: o DEM dos deputados federais Carlos Henrique Gaguim e Professora Dorinha e, à reboque, o deputado estadual Eduardo Siqueira Campos e seu pai, José Wilson Siqueira Campos, pré-candidato a senador nas eleições de outubro. O ex-governador afirmou que apoia Carlesse pois o atual governador está inaugurando um novo jeito de administrar. “Com Justiça, homem de decisão e ideal para este momento pelo qual passa o Estado”. Siqueira afirmou disse que conhece bem Carlesse e atestou a capacidade do Governador para tirar o Tocantins da crise, gerar empregos e fazer a economia crescer, criando oportunidades e melhorando a renda do povo.

Já o Rede Sustentabilidade confirmou a candidatura de Márlon Reis ainda no sábado, 21. O vice será o coronel Edvan de Jesus Silva, ex-comandante-geral da Polícia Militar do Tocantins durante os últimos meses do governo Marcelo Miranda (MDB).

Outra relativa surpresa foi o lançamento ainda no sábado, pelo PSOL, da candidatura do procurador da República licenciado Mário Lúcio de Avelar, com célebre histórico de atuação no combate à corrupção e a implementação de políticas públicas, quando esteve no Estado do Tocantins. Até segunda-feira, 23, o partido deve definir o nome da candidata a vice-governadora que vai compor a chapa com Avelar. Os delegados do partido vão decidir entre as filiadas do partido Lúcia Miranda, Sandra Leitão ou Bernadete Aparecida.

Por fim, o nanico PRTB lançou o empresário Marcos de Souza. Ele é empresário e já foi vice-presidente da ACIPA – Associação Comercial e Industrial de Palmas por dois mandatos. Representando a extrema direta, Souza prega o equilíbrio econômico nas contas públicas, corte de despesas desnecessárias e o combate à corrupção.