“Palmas precisa, prioritariamente, de um choque de gestão”
30 agosto 2020 às 00h00
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O deputado Federal, membro da bancada evangélica, falou ao Jornal Opção sobre sua atuação parlamentar, projetos sociais e sucessão municipal
Com mais de 30 anos de mandato, Eli Borges é natural de Ipameri (GO) e fez carreira no Banco do Brasil. Foi vereador em Palmas, várias vezes eleito e reeleito deputado estadual e, em 2018, foi tornou-se deputado federal, após obter 48.812 votos, dentre os quais, 16.554 apenas em Palmas. É, portanto, o legítimo representante da cidade na Câmara Federal, em Brasília-DF. Exatamente em razão disso, é pré-candidato a prefeito de Palmas nas eleições de 2020.
Borges sempre demonstrou independência em seus discursos e posicionamentos. Membro da bancada evangélica, falou ao Jornal Opção sobre sua atuação parlamentar, projetos sociais e sucessão municipal. Defensor natural de suas convicções religiosas, ele prega, em todos os discursos, os princípios morais cristãos.
O sr. tem muita experiência no parlamento, pois já foi vereador em Palmas e deputado estadual pelo Tocantins. Como o Sr. avalia essa nova etapa a partir de 2019, na condição de deputado federal?
Consolidei, por assim dizer, a minha visão de Brasil, nos três níveis: municipal, estadual e federal. Participei da construção de todo ordenamento jurídico nas três esferas de poder. Isso me proporcionou uma percepção muito madura do Brasil que nós vivemos e, também, daquele que poderia ser melhor, se conseguíssemos mudar algumas leis que nos regem nesse momento.
Também percebo que não faltam recursos no Brasil, mas sim uma rediscussão do orçamento, para priorizar o que é essencial, deixando de gastar naquilo que não é.
Além disso, estar em Brasília me fez descobrir um caminho muito interessante – caso seja eleito prefeito de Palmas – para obter recursos, em alto nível, visando atender as demandas da capital. Nesses dois anos de mandato, já viabilizei mais R$ 60 milhões em emendas parlamentares para o Tocantins, além de mais R$ 150 milhões que estão programados e, em breve, serão empenhados e pagos.
Há poucos dias o Sr. comemorou a instalação do Centro de Tratamento do Covid-19 em Palmas, indicando que havia destinado verbas para esse fim. É relevante, neste momento, um balanço nos investimentos na saúde pública, com ênfase no enfrentamento à pandemia…
A minha parte é alocar recursos. Só para a saúde do Tocantins, já destinei mais de R$ 30 milhões de reais. O objetivo era atender as cirurgias eletivas. Em razão da pandemia, autorizei o redirecionamento das verbas, em função da urgência. Entre Estado do Tocantins e Município de Palmas, foram destinados mais R$ 19 milhões de reais para o enfrentamento ao coronavírus, na aquisição de equipamentos e medicamentos. Então, me sinto parte integrante desse projeto de saúde, que está salvando milhares de vida.
Os recursos direcionados, pelo governo federal e estadual, ao município de Palmas tem sido questionados não apenas pelo parlamento municipal, como também, pelos órgãos de controle. Como o Sr. tem acompanhado essa discussão?
Vejo com excessiva preocupação porque, nesse momento, é necessário o clamor pela vida. Com essas verbas já seria possível montar um hospital de campanha, que seria uma grande contribuição para atender a população. Além disso, um grande número de profissionais da saúde já foram infectados e esses recursos poderiam ter sido utilizados na proteção deles.
Não posso falar da gestora, pois não conversei com ela e nem sei as razões pelas quais os investimentos não foram feitos, mas posso garantir que, na parte que me compete, na condição de pré-candidato, acredito que a viabilização do hospital de campanha seria uma excelente alternativa, com reforço no cuidado aos profissionais da saúde.
O seu partido (SD) é uma sigla forte no cenário nacional e estadual. Qual a posição da executiva nacional em relação à sua pré-candidatura a prefeito de Palmas?
Eles tem me estimulado e incentivado a fazer essa busca, mesmo porque conhecem bem a minha atuação como deputado federal. Estou no oitavo mandato, obtendo sempre votações expressivas em Palmas. Assim sendo, caso eleito, não tenho dúvidas que a administração da capital do Tocantins se tornará um modelo de gestão do Solidariedade para o Brasil.
Por falar em votação, em 2018 o Sr. foi o deputado federal que mais angariou votos em Palmas: mais de 16 mil votos. São esses números lhe credenciam a ser candidato a prefeito da capital?
Isso aumenta muito a minha responsabilidade com a cidade, mas devo acrescentar que nas eleições para deputado estadual, também fui o mais votado em Palmas. Assim sendo, resta claro que a população da capital gosta do meu perfil e acredita que posso representa-la.
Depois de uma longa experiência no legislativo, acredito que posso, também, deixar meu legado no executivo. Eu diria que sou o “novo experiente”. Novo porque será a primeira vez que vou disputar o cargo. Experiente porque sei exatamente os caminhos para boas parcerias, que devem transformar a cidade.
Palmas deixará de ser apenas uma capital administrativa, para se tornar a capital administrativa e empreendedora do Estado do Tocantins. Precisamos gerar, no mínimo, 40 mil empregos, além de rever a carga tributária no município, incentivando o empreendedorismo. Podemos ser, por estarmos localizados no coração do Brasil, um grande polo do comércio para o sul do Maranhão, sul do Pará e norte do Mato Grosso.
Em que pese a população de Luzimangues estar afeta a Porto Nacional, aproximadamente 60% das pessoas que moram lá votam em Palmas e, por isso, vão influenciar na eleição da capital. Não apenas como pré-candidato a prefeito, mas também na condição de deputado federal, como o Sr. enxerga essa questão?
Precisamos fazer um ajuntamento de prefeitos das cidades próximas a Palmas e criarmos a região Metropolitana, como acontece com vários locais do Brasil. Essas ações em conjunto facilitam a administração de todos os problemas.
Como deputado federal, destinei mais R$ 2 milhões para Porto Nacional, a grande maioria para o distrito do Luzimangues. É preciso uma parceria macro e viabilizar, por exemplo, a duplicação da ponte sobre o lago que liga o distrito a Palmas, além de outras ações relevantes.
Vamos debater a parceria e, ao mesmo tempo, a possibilidade daquela população receber benefícios dos consórcios das gestões. Tão logo seja possível, também é necessário tratar, prioritariamente, da emancipação do distrito. É uma promessa que fiz – em campanha eleitoral para deputado – e, por isso, tenho lutado por essa demanda no Congresso Nacional.
Palmas tem alguns gargalos, como a falta do anel viário, os vazios urbanos e a regularização fundiária. Na condição de pré-candidato, quais são as propostas para resolver essas questões?
O anel viário precisa se tornar mais do que uma prioridade, aliado à duplicação da ponte. Isso trará desenvolvimento para a cidade.
Já os vazios urbanos só se resolverão quando aqueles que mantem imóveis, que apenas aguardam especulação, enfrentarem o IPTU progressivo. Isso terá que ser discutido pela gestão.
No que se refere à regularização fundiária, na maior urgência possível, é preciso criar um órgão responsável por isso e fortalecê-lo. As pessoas deixam de investir em suas casas e comércios – localizados em terrenos sem regularização – como também deixam de ter acesso ao crédito. Será uma bandeira da nossa campanha eleitoral e, uma vez eleito, é um compromisso a concretização dessas regularizações.
Será, enfim, um novo tempo. Uma nova visão administrativa, que dará resposta aos seus gargalos, mas que vai, também, debater e rediscutir a segurança e proteção dos indivíduos, como também a segurança no trânsito.
Qual a sua mensagem final para os palmenses?
Estamos ouvindo a sociedade e acatando sugestões. Não me falta coragem, experiência e conhecimento. Estou nessa luta desde 1993 e digo aos palmenses que minha palavra é única.
Assim que os planos de governo puderem ser divulgados, será feito com muita responsabilidade. Vamos debater com a sociedade e apresentar propostas viáveis para a cidade. Palmas precisa, urgentemente, de um choque de gestão com a finalidade de aumentar a renda per-capita da nossa população e se tornar referencial para todo o Tocantins.