“Meu compromisso é com a continuidade da gestão e não com o continuísmo”
02 fevereiro 2020 às 00h00
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Chefe de Gabinete de Ronaldo Dimas fala de sua expectativa em ser indicado como candidato a sucessão do prefeito de Araguaína
Wagner Rodrigues é natural de Formoso do Araguaia, Tocantins, mas migrou para Araguaína em 1999. É graduado em pedagogia e, também, possui formação em Orçamento Público: gestão financeira, elaboração de emendas, execuções orçamentárias e receitas oriundas de impostos, além de profunda experiência em gestão pública.
Exerceu o cargo de coordenador regional da Área de Negócios do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Tocantins – FIETO/SESI/SENAI – 1999 a 2001. Foi, ainda, secretário parlamentar do gabinete do então deputado federal, Ronaldo Dimas, entre 2003 e 2006. Após o término do mandado de Dimas prosseguiu na mesma função, até 2012, assessorando outros deputados federais. Desde 01/01/2013, é secretário-chefe de Gabinete de Araguaína e pré-candidato a prefeito da cidade pelo grupo do atual gestor, Ronaldo Dimas.
Como foi sua experiência como assessor de deputado federal em Brasília, tanto no gabinete do Ronaldo Dimas quanto na assessoria de outros parlamentares, após 2006
Aproveitei muito para aprender, me preparar e aprofundar na gestão pública. Dentro do Centro de Formação do Senado Federal – uma escola referencial – fiz vários cursos na área de captação e aplicação de recursos e orçamento público, um planejamento completo, voltado para a assessoria de gestores públicos.
Além dos cursos e capacitações, assessorei outros parlamentares em seus gabinetes e, também, monitorei as emendas parlamentares do ex-deputado Dimas que não foram liberadas durante o mandato dele, a exemplo da canalização do córrego neblina, o restaurante popular, a pavimentação de alguns bairros, unidades básicas de saúde, etc.
Na sua volta a Araguaína para assumir o cargo de chefe de gabinete, após a eleição de Ronaldo Dimas, as medidas emergenciais foram impactantes…
É verdade. O prefeito decidiu e, no primeiro dia no exercício do cargo, já li os decretos de algumas desapropriatórios de áreas, com vistas a construir o “Parque Cimba”, a “Via Lago”, como também a abertura de novos bairros, com a finalidade de colocar a cidade em outro patamar.
Em que pese toda a sua estreita ligação com o prefeito Ronaldo Dimas, desde os tempos da FIETO, Câmara dos Deputados e Prefeitura de Araguaína, seu nome ainda não é, dentro do grupo político, uma unanimidade para ser o candidato a prefeito da cidade, que irá suceder Dimas. Como o Sr. encara essa “briga sadia” dentro do grupo?
Vejo com muita naturalidade. O diálogo é o maior exercício que se pode praticar na política. Faço isso tanto com o prefeito, quanto com os componentes do nosso grupo. Participei de todo processo de idealização, planejamento e execução das obras e realizações que Araguaína experimentou nesse período.
No que concerne ao debate para indicação do nome que irá representar o grupo nas urnas, estou encarando com muita maturidade, em que pese os apaixonados pelo Marcus Marcelo ou pelo deputado estadual Elenil da Penha, nos bastidores, acabam por exaltar, em demasia, uma suposta rivalidade. Dentro do grupo há debates, evidentemente, mas longe do que se divulga na rua, às vezes, com fins eleitoreiros. Assemelha-se a uma torcida de futebol, que enfatiza muito mais um suposto desconforto e rivalidade entre os times, do que os próprios jogadores das equipes envolvidas.
Nós três somos, portanto, pré-candidatos no grupo do prefeito Ronaldo Dimas. Nos respeitamos e estamos unidos. O Marcus Marcelo está junto conosco desde o primeiro dia do mandato, é um aliado importante na Câmara de Vereadores, assim como Elenil na Assembleia Legislativa. São legados que ambos possuem e ninguém tira deles. Eu também tenho serviço para mostrar, pois foram anos e anos a fio, ajudando implementar as ideias do Dimas nesta gestão que foi e está sendo, sem dúvida, muito próspera.
Naturalmente, vou batalhar pela viabilização da minha candidatura e tenho convicção que, após os diálogos, meu nome será indicado pelo grupo na convenção partidária das siglas que compõem nossa aliança.
O sr. não estaria em desvantagem em relação a eles, uma vez que nunca disputou uma eleição e nem tampouco é detentor de mandato?
Não penso dessa forma. Durante todo esse tempo em que trabalhei como chefe de gabinete, me tornei conhecido pela população da cidade. Por mais incrível que possa parecer não considero esse fato como demérito. Atualmente os eleitores querem eleger pessoas que possuem capacidade técnica elevada e, principalmente, experiência. O fato de já ter sido político ou detentor de mandato, na minha visão, não é o mais importante.
Eu me preparei para o exercício do cargo e asseguro que sei lidar com o legislativo, pois passei quase doze anos no Congresso Nacional. Não há um berço de intelectualidade e tratativas políticas melhor que aquela Casa de Leis. Tenho vasta experiência, portanto, na elaboração de projetos e outras articulações legislativas. Quanto ao executivo, participei ativamente da gestão do Dimas – por sete anos – e ocupei cinco secretarias. Trabalhei com responsabilidade e tenho credibilidade junto aos servidores públicos. Enfim, tenho um compromisso muito forte com Araguaína e quero cuidar dessa cidade que escolhi para viver e criar minha família.
E quanto aos apoios políticos-partidários para essa missão?
Já recebi apoio declarado do vereador mais votado de Araguaína, suplente de senador e presidente da UVET, Terciliano Gomes. Também manifestaram apoio os vereadores Israel da Terezona, Gilmar da Auto-Escola, Leonardo Lima, Gedeon Soares e sua suplente, atualmente em exercício, Silvinha, além do Wagner Enoque. Estou negociando, também, para que alguns deles se filiem ao Solidariedade.
Creio, portanto, que esse grande grupo – que se fortalecerá ainda mais – vai ser uma boa base de sustentação para que meu nome seja indicado para ser o candidato do grupo. Não se trata de um trabalho isolado e nem sou candidato de mim mesmo. Há apoios declarados de muitos políticos, mas principalmente, há o reconhecimento da população ao trabalho do Dimas à frente da cidade e, por consequência, à minha contribuição na condição de secretário.
Sinto, por onde ando, que a população quer uma pessoa com perfil técnico e que dê continuidade da gestão. Me considero apto e vou lutar tanto para ter o apoio irrestrito do Dimas e do grupo, como também, para que o eleitorado me eleja como alguém que pode suceder, à altura, o atual prefeito.
E caso o sr. não seja o escolhido do grupo?
Estarei tranquilo, na certeza do dever cumprido. Vou trabalhar, com toda certeza, na campanha daquele que for escolhido – Marcus ou Elenil – e me dedicar para que obtenha êxito nas urnas.
Naturalmente, além de dar continuidade ao projeto do Dimas, qual seria a outra marcante característica do seu mandato de prefeito, caso seja eleito?
Tenho um posicionamento claro: o planejamento que fizemos para a cidade é de longo prazo. Vamos consolidar o que já foi feito, mas principalmente, fortalecer o crescimento e a infraestrutura da cidade aproveitando os recursos da bancada federal, após a intensa atuação do deputado Tiago Dimas e participação efetiva dos três senadores do Estado do Tocantins, Eduardo Gomes, Kátia Abreu e Irajá Abreu.
Além disso, será de suma importância a boa aplicação dos recursos advindos da CAF – Cooperativa Andina de Fomento, na ordem de U$ 54,9 milhões de dólares, equivalente a R$ 229 milhões de reais. Planejamos e definimos a pavimentação de mais de vinte bairros, asfalto esse mais do que necessário para atender a população mais carente, entre outras obras infraestruturantes.
Precisamos, também, construir um hospital municipal, impulsionar o comércio local e fomentar – junto com o governo estadual – o nosso distrito agroindustrial, gerando emprego e renda para nossos trabalhadores. Ainda há muito o que fazer, também, na área social pois, apesar de haver avanços nesta gestão, muito ainda precisa ser realizado.
O meu compromisso, portanto, é com a continuidade do sucesso da gestão e não com o continuísmo.
No que concerne à sua filiação ao SD, não seria mais prudente, uma vez que o Sr. quer ser o candidato do prefeito Dimas, estar filiado ao mesmo partido dele, o PODEMOS?
Me filiei ao Solidariedade antes do Dimas assumir o comando do Podemos no Estado do Tocantins. Fiz isso em razão da amizade, proximidade e do convite do deputado federal Tiago Dimas, eleito por essa sigla nas eleições de 2018. Nestas circunstâncias, pelo SD fazer parte do grupo do prefeito Ronaldo, não haverá nenhum problema no pleito. Além do Podemos e SD, também já estão acertados para caminhar conosco em Araguaína, o Patriotas e o PPS do deputado estadual Eduardo Bonagura, que esteve recentemente por aqui e declarou seu apoio.
Como o futuro prefeito Wagner Rodrigues lidaria com o parlamento municipal?
Da forma mais respeitosa possível. Eu já faço essa ponte do legislativo com o executivo e, na ampla maioria das vezes, faço esclarecimentos – quando convocado – sobre projetos de autoria do poder executivo. Respeito muito o parlamento, pois ali está representada a vontade popular. O trabalho fiscalizador das Câmaras é de suma importância para a consolidação da democracia. Posso garantir que, caso eleito, minha relação com a Câmara de Vereadores, por todas essas razões, será o melhor possível.
No que concerne ao concurso público para provimento de vagas – atualmente com inscrições abertas – será finalizado ainda na gestão do prefeito Dimas?
O planejamento é esse. O Ministério Público tem exigido que o número de concursados seja maior que o de comissionados e trabalhamos para atender essa recomendação. As pessoas que fizerem o concurso e obtiverem êxito, de acordo com o cronograma serão convocadas para tomarem posse, logo após o prazo de vedação do período eleitoral, se não houver contratempos jurídicos, como às vezes acontece nestes certames.