“MDB de Paraíso está muito consolidado e organizado”
09 fevereiro 2020 às 00h01
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Vice-prefeito da cidade diz que está focado no trabalho da gestão liderado pelo prefeito Moisés Avelino para que Paraíso do Tocantins tenha suas necessidades supridas
Celso Morais é vice-prefeito de Paraíso do Tocantins. Graduado em Ciências Contábeis pela Ulbra-TO, é descendente de tradicional família de emedebistas da cidade. Antes de entrar na vida pública, administrou a empresa familiar, ligada ao ramo da construção civil.
Convidado em 2016 a compor a chapa encabeçada por Moisés Avelino – que concorreria à reeleição –, não pensou duas vezes e aceitou o desafio. Foram eleitos com 49% dos votos. Por duas vezes, em abril e setembro de 2019, assumiu a gestão em razão de problemas de saúde do titular e foi muito bem avaliado.
Muito popular, mesmo porque é o organizador do “Camarote Remo”, realizado para atender mais de 5 mil pessoas no dia da tradicional cavalgada que antecede a anual festa agropecuária da cidade, por razões óbvias é o candidato natural do MDB à sucessão de Avelino nas eleições de outubro de 2020.
O sr. sempre esteve ligado à militância política?
Meus pais são pioneiros, filiados ao PMDB de Paraíso do Tocantins desde 1983. Logicamente, sempre tive participações nesses encontros políticos que ocorriam na cidade, reconhecida por ser o berço do partido no Tocantins. Sou filiado ao partido desde 2006 e já fui presidente do MDB Jovem da cidade.
E o convite para entrar na vida pública?
Até certo ponto inesperado, mas irrecusável. Curiosamente, sequer participei da convenção que me indicou a vice-prefeito, pois estava muito envolvido com os preparativos finais do meu casamento, que ocorreu exatamente no dia da escolha dos candidatos pelo partido.
Logicamente, eu havia conversado com muitas pessoas e falado a elas sobre meu desejo de candidatar na chapa do Dr. Moisés Avelino. Mas, no dia da convenção, eu já havia assumido outro compromisso pessoal.
Uma vez eleitos, em razão de problemas de saúde do prefeito o sr. assumiu a gestão por duas vezes em 2019. Como foi essa experiência?
Tudo é no tempo de Deus. Nunca comemorei essa ascensão ao posto, pois ela se deu em razão da enfermidade do nosso governante. Mas pela obrigação institucional, assumi com muito zelo a gestão da cidade. No mês de abril por 75 dias e em setembro por 45 dias.
Sabia que era necessário dar continuidade ao trabalho e o fiz com toda responsabilidade que era possível. Inobstante a isso, sempre é possível deixar uma marca pessoal. E posso dizer que a minha é a organização.
Nesse período, pude melhorar alguns aspectos: reformei e revitalizei praças e os portais sul e norte da cidade, localizados na BR-153, que corta o município. No mais, dei continuidade aos projetos em andamento e respeitei o curso e as prioridades da gestão do Dr. Moisés.
Penso que esses 120 dias foram uma oportunidade única, me fez crescer como gestor público. Evidente que isso me deu uma boa visibilidade junto à população que, a partir daí, passou a acreditar ainda mais na minha capacidade de governar. Contamos, é necessário ressaltar, com um bom grupo de secretários que me ajudaram bastante nessa missão.
Logicamente, a partir daí, diante da impossibilidade de reeleição de Moisés Avelino, naturalmente o sr. se tornou pré-candidato a prefeito do grupo?
Acho que esse fator contribuiu sim, mesmo porque o prefeito queria alguém que fosse fiel ao projeto e ao partido. Tradicionalmente, sou filiado à sigla há muitos anos, como também a minha família.
Isso tem um peso, que foi colocado na balança, não apenas pelo prefeito, como também pelo diretório do partido. Sou uma pessoa bastante centrada, tenho me dedicado inteiramente à gestão sem me deslumbrar com essa possibilidade. Mesmo porque outros que estariam à minha frente para ser a preferência do Dr. Moisés, não tiveram paciência e perderam a oportunidade.
Em 2012, Avelino foi eleito com pouco mais de 7 mil votos e, já em 2016, na reeleição, conseguiu obter mais 12 mil votos. A quais fatores o sr. atribui esse salto na votação?
Sem dúvida está relacionado à gestão que ele fez nos quatro primeiros anos, que foi muito bem avaliada. A cidade estava abandonada, mas o árduo trabalho dele, modificou tudo. Então, houve um reconhecimento da população ao trabalho desenvolvido por ele.
Além disso, ocorreu um fato inusitado em 2016: a juventude entrou na campanha de corpo e alma. Impressionante porque o Dr. Moisés com 76 anos dificilmente atrairia tal eleitorado. Talvez pela minha juventude, pois eu tinha apenas 29 anos, a juventude se entusiasmou e foi emocionante ver no rosto de cada um deles, a esperança e expectativa no futuro e que poderíamos zelar por eles no comando do município. A nossa votação nesse nicho do eleitorado foi surpreendente.
Em 2016, o MDB conseguiu eleger quatro vereadores para dar suporte à gestão do prefeito eleito. Em 2020, qual é a perspectiva?
Sim. Elegemos quatro e contamos com mais quatro de outros partidos que estão na base aliada. Dentre os 13, hoje contamos com oito.
Em relação a 2020, estamos firmes no propósito de eleger o maior número de vereadores possível, visando dar sustentabilidade à nossa gestão, caso obtenhamos êxito na eleição. Estamos conversando, articulando e nos organizando, tanto dentro do próprio MDB quanto com outras siglas que pretendem me apoiar, que contam com o PL e o PROS, comandados pelo deputado federal Vicentinho Jr e deputado estadual Junior Geo, respectivamente.
Temos conversado também com o senador Irajá Abreu para trazer o PSD para o nosso grupo, além de outros partidos interessados em participar do projeto.
Qual sua avaliação acerca da nova regra eleitoral, vigente a partir de 2020, que proíbe as coligações para as eleições proporcionais?
Considero justa e um passo importante. Sou favorável à eleição daquele que foi mais votado pela população e contrário à condução de candidatos ao cargo por quocientes eleitorais.
Seu grupo político possui pesquisas quantitativas e qualitativas acerca da avaliação popular da atual gestão?
Sim. Segundo os dados, a gestão é avaliada entre ótima e boa por 86% da população. A educação chega aos patamares de 92% de excelência.
No que concerne às eleições de 2020, em que pese o MDB ter se mostrado forte desde o início da criação do Estado, atualmente passa por dias turbulentos face à cassação e prisão do seu grande expoente, Marcelo Miranda. Esse fator não pode atrapalhar sua candidatura por essa sigla partidária?
O MDB tem por característica a democracia e ideias dissonantes. Na eleição suplementar de Pugmil, por exemplo, alguns líderes do nosso partido estavam em palanques diferentes. Não é anormal dentro do partido esse tipo de conduta, exatamente por prezar as preferências de cada um.
Nosso partido é muito plural: são cinco deputados estaduais, um senador da República, uma deputada federal e isso, naturalmente, gera convergências e também divergências.
Creio que o MDB de Paraíso está muito consolidado e organizado. Há uma militância ativa na cidade, um grande número de filiados e, mesmo que no nível estadual haja problemas – como a prisão do ex-governador –, em Paraíso a realidade é outra.
Creio, sinceramente, que esses fatos externos não vão influenciar na nossa eleição municipal.
Caso o sr. seja eleito, qual a prioridade da sua gestão?
Em razão da localização da cidade – às margens da BR-153 e da Ferrovia Norte-Sul –, com toda certeza a indústria e o comércio. Além disso, temos ligação direta com a capital Palmas, vias de acesso ao Mato Grosso e Sul do Pará. Temos potencial, portanto, para abrigar um centro logístico de distribuição para todo Estado do Tocantins.
O comércio é pujante. Contudo, ainda precisa de mais incentivos. Meu projeto, diante disso, seria o desenvolvimento da cidade, incentivando o comércio, a indústria e a instalação de centros logísticos.
Muitas cidades às margens da BR-153 estão duplicadas. Contudo, Paraíso ainda sofre sem esse benefício. É possível mudar essa realidade?
Enquanto estive no cargo de prefeito, visitei ministérios em Brasília e obtive informação que há recursos assegurados para construção dessa travessia em nosso município. O presidente do DNIT me garantiu, inclusive, que ainda na gestão de Bolsonaro essa duplicação estará concretizada, mesmo porque nossa necessidade é emergencial. Sendo eleito, vou lutar muito por esse benefício para a cidade.