Maranhense que mora no Estado do Tocantins há mais de 20 anos tem o nome cotado para as próximas eleições, mas diz que não tem interesse em disputar

Joseph Madeira, presidente da Acipa e diretor-executivo do Grupo Jorima | Foto: Acervo Pessoal

O maranhense Joseph Madeira é graduado em Jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão e em Marketing pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Objetivo. Radicado no Estado do Tocantins há mais de 20 anos, fez de Palmas sua terra natal, onde solidificou o Grupo Jorima, um conglomerado de empresas que atua no ramo da vigilância privada e eletrônica, asseio e conservação e energia fotovoltaica.

Adepto do associativismo, Joseph Madeira, além de presidente da Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa), é diretor-executivo do Grupo Jorima e presidente dos sindicatos patronais das empresas de segurança e transporte de valores, como também das empresas de asseio, conservação, limpeza urbana e terceirização de mão-de-obra do Estado do Tocantins.

Em que pese o sr. ter suas atividades empresariais ligadas à prestação de serviços, como presidente da ACIPA, quais são as perspectivas do segmento comercial para o período natalino?
A tendência é que as vendas aumentem neste período, tomando como exemplo a última “Black Friday”, que aumentou em 18% nos últimos dois anos, decorrentes da explosão da economia ocorrida de 2017 para 2018 em 16% e de 2018 para 2019 em 2%. Se o percentual foi apenas de um dígito neste ano, foi significativo porque não houve retrocesso.

Para o Natal, a expectativa é ainda melhor, segundo nossas projeções. Há todo um sentimentalismo que antecede as festas de final de ano e isso é positivo para o comércio de uma forma geral. Além disso, o atual cenário da economia nos induz a acreditar que as vendas serão impulsionadas. Além disso, haverá a injeção de recursos, advindos do pagamento do 13º salário aos funcionários e isso fomenta nossa economia.

O governo do Tocantins decretou que, nos meses de dezembro de 2019 e janeiro de 2020, os funcionários públicos estaduais trabalharão apenas seis horas por dia, visto que o fluxo de serviço diminui neste período, face aos festejos e recessos das instituições públicas. O sr. considera tal medida positiva ou negativa para o comércio?
Eu prefiro sempre ver o lado bom da história. Ora, se ele trabalhava até às 18 horas e agora apenas até as 14 horas, é provável que ele tenha mais tempo para ir às compras e, por consequência, aquecer o comércio. Por isso, parabenizo o governo por esta medida, porque nestes meses, além do fluxo de serviço nos órgãos públicos diminuir, há também certa economia de materiais de expediente, custos com água e energia. Inobstante a isso, os servidores recebem tal redução da jornada como um prêmio pelos bons serviços prestados durante todo o ano. Logicamente, isso conflui para o bom ambiente laboral, porque servidores satisfeitos produzem mais.

São boas as perspectivas para 2020, tanto para seu grupo empresarial quanto para a Associação Comercial e Industrial de Palmas?
Fazemos parte de um elo de uma grande corrente. Há sinalização de que a economia do País está entrando, novamente, no rumo certo e isso cria novos e bons cenários.

Para as atividades comercias e econômicas, precisamos fundamentalmente que o Congresso analise e aprove a Reforma Tributária e Previdenciária. Elas contribuirão muito para o desenvolvimento do País.

No âmbito do Tocantins, temos visto o governo cortar gastos, se adequar à Lei de Respon­sa­bilidade Fiscal e procurado acertar em todas as áreas. É esse ambiente que contribui com o crescimento do Estado e melhora a vida da população.

Nestas circunstâncias, estou bastante otimista em relação às possibilidades que 2020 pode nos oferecer.

O sr. concedeu entrevista ao Jornal Opção tão logo foi aclamado presidente da Acipa e, agora, decorrido um ano de sua gestão, qual é a sua avaliação?
Deus havia me concedido uma página em branco à frente da Acipa, oportunizando-me a possibilidade de escrever uma história, se possível, de sucesso.

Chegamos ao final do primeiro dos quatro anos de mandato e confesso que não esperava que conseguíssemos evoluir tanto, como acabou ocorrendo. Foram treinamentos, palestras, capacitações, reformas do prédio-sede, elevação considerável do número de novos associados, que beirou a casa dos 50% e o melhor: filiações espontâneas ao invés de incentivadas por campanhas massificadoras. A ação “Café com o Empresário” rendeu muitos frutos e pudemos integrar e despertar neles o interesse pelo associativismo.

Meu principal propósito como presidente foi fazer com que o empresariado enxergasse a si próprio como um agente transformador, que contribui continuamente com a cidade, gerando empregos e transformando vidas. A atividade empresarial é nobre e deve ser valorizada. O sucesso, advindo de muito trabalho, é natural quando se trabalha com positividade e honestidade. É essa mensagem que levei aos companheiros durante o ano de 2019, tentando florescer neles o lado humano do empresariado e conscientizando-os da sua importância.

Aproveitamos, paralelamente, para abrir a entidade para a sociedade. As reuniões, outrora apenas com diretores, hoje contam com a participação de associados. É o que foi denominado “Acipa para Todos”. Integramos os comerciantes da Região Sul (Taquaralto) e, hoje, eles se sentem parte do processo e fazem questão de participar das atividades promovidas pela associação.

Com base no diálogo, também fortalecemos as relações institucionais com os órgãos governamentais e, logicamente, isso também nos trouxe bons frutos.

E quanto à FenePalmas [Feira de Negócios de Palmas]?
Gratificante. Tínhamos um cenário desfavorável e adverso, em razão da falta de apoio – comuns em outras edições – e pouco tempo para organização de todos os detalhes. Contudo, em termos de resultados foi uma das melhores dos últimos tempos. Não deixamos nenhuma pendência e ainda obtivemos saldo financeiro. Mais do que isso: a marca da acolhida e da integração se fez presente e tivemos grandes e renomadas empresas expondo lado a lado com microempreendedores. Esse é o legado e a marca registrada dessa gestão.

Em razão do seu protagonismo e sucesso, muitas pessoas já o colocam como possível candidato nas eleições de 2020 ou 2022. O sr. tem pretensões políticas?
Não, em absoluto. Vejo de forma positiva essa lembrança ao meu nome e até considero como um reconhecimento ao trabalho que venho desenvolvendo, tanto nas minhas empresas quanto à frente da ACIPA. O que se espera de um gestor? Que ele administre, transforme e faça a diferença com as condições que ele encontrar ao invés de perder tempo culpando seus antecessores.

Então, talvez por isso, as pessoas pensem que tenho a intenção de gerir a coisa pública. Entretanto, reitero que não sou filiado a qualquer partido político e também não pretendo. Por essa razão, não tenho esse interesse, pelo menos por enquanto.

No que concerne ao segmento empresarial, suas marcas [Fênix e Jorima] são líderes nos ramos da limpeza e conservação e vigilância armada e eletrônica no mercado tocantinense. O sr. pretende diversificar os investimentos em outro segmento?
Já estamos investindo no ramo da energia solar, atualmente em plena expansão. Porém, paradoxalmente, em aprimoramento. Adquirimos um imóvel rural ao lado da rodovia que liga Palmas a Paraíso do Tocantins, onde faremos um grande parque industrial de placas solares. A previsão é que a Usina Jorima funcione a partir do próximo ano. Por enquanto, estamos obtendo as licenças ambientais e outros documentos necessários para o funcionamento da empresa.