De 2016 a 2018, o governo gastou cerca de R$ 10 milhões de reais com transferência de pacientes para outros Estados em busca de tratamento cirúrgico cardíaco

Com cirurgias locais, custos também serão reduzidos | Foto: Nielciem Fernandes

Um antiga demanda do Tocantins começa a ser resolvida, após entrar para o seleto grupo de estados que conta com serviços de cirurgias cardíacas pediátricas congênitas. Esse procedimento é de alta complexidade e irá atender a demanda reprimida de pacientes que estavam sendo encaminhados para outros estados da federação. No final do mês de setembro foram realizadas em Araguaína, no Hospital Dr. Eduardo Medrado, dois procedimentos cirúrgicos em crianças de dois e quatros anos que aguardavam na Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC). Os procedimentos foram considerados satisfatórios e ambas crianças passam bem, sendo acompanhadas pela equipe multiprofissional do Hospital.

Os procedimentos foram possíveis após união de esforços do Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com o Ministério da Saúde, a secretaria Municipal de Saúde de Araguaína e o Hospital de Araguaína Dr. Eduardo Medrado. As primeiras cirurgias cardíacas pediátricas realizadas no Tocantins, até então inéditas dentro do Sistema Único de Saúde do Estado, figuram como marco histórico devido à grande demanda de pacientes que necessitam desse tipo de atendimento.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, Dr. Edgar Tollini “a partir de agora as cirurgias cardíacas pediátricas passam a ser realizadas em território tocantinense, sem a necessidade de deslocamentos para outros estados. Esse atendimento no domicílio proporciona aos pacientes e seus acompanhantes uma melhora significativa na qualidade do serviço prestado, além da redução de gastos com a realização das cirurgias dentro do Estado”, ressaltou.

De 2016 a 2018, o Estado do Tocantins gastou cerca de R$ 10 milhões de reais com transferência de pacientes para outros Estados em busca de tratamento cirúrgico cardíaco, este total foi gasto com a transferência de apenas 52 crianças que buscaram o atendimento via judicial. Se contabilizados os pacientes regulados pela CNRAC, este gasto é muito maior, pois no mesmo período foram transferidas 136 crianças. As transferências são onerosas, pois incluem gastos com transporte UTI aérea ou terrestre, passagens e ajuda de custo para Tratamento Fora de Domicílio (TFD).  

Atualmente existem cerca de 11 centros de tratamentos cardíacos pediátricos no país, sendo que a maioria deles está localizada no Sul e Sudeste. Com a implantação do serviço, o Tocantins se torna referência para a região norte e nordeste, dando um grande salto na qualidade dos atendimentos prestados de alta complexidade para crianças.