Prefeito diz que a mudança na cidade é notada pela população, mas afirma “haver muito ainda a se fazer” e por isso pretende ser candidato a reeleição

Joaquim Maia, prefeito de Porto Nacional
Joaquim Maia, prefeito de Porto Nacional | Foto: Divulgação/Prefeitura de Porto Nacional

O início da carreira do prefeito de Porto Nacional, Joaquim Maia (PV), se deu como engenheiro civil na Companhia de Saneamento do Tocantins (Saneatins), atualmente BRK Ambiental. Em 2012, entrou na vida pública e foi eleito vereador em Palmas pelo Partido Verde com 1.798 votos.

Em 2014, pleiteou uma vaga na Assembleia Legislativa e obteve expressivos 8.226 votos, que lhe proporcionaram a condição de suplente de deputado estadual. Já nas eleições de 2016, também pelo PV, foi eleito prefeito de Porto Nacional com 16.988 votos (54,30% dos válidos). Maia derrotou o candidato a reeleição Otoniel Andrade (PSDB). Em 2020, o chefe do Executivo municipal tentará, naturalmente, ser reeleito e já se declarou pré-candidato.

Natural da cidade que governa, Maia migrou para Brasília (DF), onde graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade de Brasília (UnB), como também fez pós-graduação em Saneamento Ambiental e em Engenharia de Manutenção pela Universidade do Tocantins.

O prefeito recebeu o Jornal Opção, oportunidade em que relatou os avanços da sua gestão, apresentou um balanço das conquistas, como também falou de suas perspectivas para a busca pela reeleição em outubro de 2020.

Alguns meses após tomar posse, em 2017, o sr. concedeu entrevista ao Jornal Opção. Na oportunidade, relatou a série de problemas encontrados, fruto do que considerou como má gestão do prefeito que o antecedeu. O que foi possível corrigir e qual é o balanço dos três anos completos de mandato?
Posso dizer que foram anos de muito aprendizado e amadurecimento. Minha experiência política era como vereador em Palmas e há aspectos muito diferentes no exercício dos dois cargos, principalmente no que concerne às obrigações e relação com a comunidade. No Executivo as cobranças são ainda maiores, visto que há – até de forma natural – muitas expectativas por parte da população.

Os dois primeiros anos foram muito difíceis, até pela própria condição que encontramos o município, dívidas com fornecedores e servidores, visto que na educação havia salários atrasados e foram necessárias algumas negociações. Foi com tristeza que fui obrigado a parcelar o pagamento de salários, mesmo porque me solidarizei com cada um deles, pais ou mães de família que necessitavam receber seus ganhos mensais para manterem suas familiares.

Além disso, a estrutura e as condições da gestão, no que concerne à prestação de serviços pela prefeitura à comunidade, eram muito precárias. As áreas da saúde, assistência social, educação e a própria administração não foram priorizadas em gestões anteriores.

Era uma conjuntura de fatores que dificultou muito a retomada das rédeas. Foi necessário pulso firme, contenção de gastos – como redução de secretarias – e integração total da nossa coesa equipe de auxiliares. Era primordial que o serviço público estivesse funcionando em prol da comunidade.

E quanto aos resultados?
Esforços são sempre premiados. Hoje, conseguimos reestruturar e equipar, por exemplo, as nossas UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] – tanto a parte física quanto no que diz respeito à contratação, capacitação e qualificação dos servidores –, o que possibilitou um melhor atendimento para a população portuense quando o assunto é a atenção básica.

Um dos pilares de sustentação, não apenas para Porto Nacional como também para municípios circunvizinhos, é o funcionamento ininterrupto da nossa UPA, uma unidade que permanece de portas abertas 24 horas por dia.

No que diz respeito à educação, priorizamos o fortalecimento da parte pedagógica, reestruturamos e recuperamos a parte física de muitas escolas que, juntas, atendem mais de 7 mil alunos na rede municipal. Além disso, valorizamos os servidores, com o pagamento de salários e implementação de progressões em dia.

As diferenças salariais havidas em anos anteriores, também estamos viabilizando o pagamento em 2020, uma vez que a valorização da nossa mão de obra é de fundamental importância para o sucesso da gestão.

Logicamente, também avançamos muito na área da assistência social. Muitas pessoas necessitam desses serviços básicos e, por isso, revitalizamos os Centros de Assistência e Referência, com capacitação das equipes para atender melhor a população. O chamamento das pessoas que passaram no concurso público, que realizamos há pouco tempo, também nos ajudará nessa tarefa.

Mas em relação à saúde em Luzimangues, um distrito com mais de 20 mil pessoas localizado a mais de 70 quilômetros da sede do município?
Ampliamos a oferta de serviços para aquela população. Era apenas uma equipe de atendimento à saúde da família e atualmente são três. Além disso, viabilizamos uma outra UPA 24 horas, com serviços de urgência e emergência para aquele distrito e sua comunidade.

A distância de Luzimangues dificulta o atendimento àquela população?
Inicialmente, isso foi contestado e reivindicado pela comunidade. E com razão, pois havia um afastamento do município sede. Foi uma das prioridades da minha gestão aproximar o poder público daquele distrito.

Firme no propósito de estar presente no distrito, reorganizei a estrutura administrativa e, hoje, tanto na parte de gestão e atendimento ou mesmo no que se refere à fiscalização, o distrito está bem servido.

Além disso, o subprefeito e o superintendente têm atividades intensas por lá e, inobstante a isso, faço questão de cumprir agenda todas as quintas-feiras em Luzimangues. Isso resultou, inclusive, na revitalização da iluminação pública e limpeza do distrito, como também na abertura de 18 salas de aula.

Vamos inaugurar, no máximo até março, um Centro de Referência de Assistência Social. Ao meu sentir, conseguimos mudar a realidade de Luzimangues, parte tão integrante de Porto Nacional.

Com base em tudo isso, o sr. quer se reeleger e é pré-candidato a prefeito de Porto Nacional?
Estou convicto de que, a cada dia que passa, a população está mais consciente que a máquina de pública de Porto funciona e trabalha para atender as demandas deles. O resultado do nosso trabalho influencia na vida das pessoas. Vejo isso todos os dias, nas inúmeras vezes que membros da comunidade me abordam com elogios e reconhecem a eficácia da gestão.

Logicamente, a cidade cresce a cada dia. Entendo que, em razão de haver muito ainda a se fazer, vou me candidatar. Tenho que continuar o trabalho iniciado, na certeza que há plenas condições de seguir em frente, olhar no rosto de cada portuense, pegar na mão de cada um deles e dizer: valeu a pena por tudo que fizemos. Contudo, temos condições de transformar e consolidar Porto Nacional como uma das principais cidades da região central do Estado do Tocantins.

Especificamente o que ainda falta fazer nestes outros quatro anos?
Além de continuar servindo com excelência a nossa comunidade, ofertando serviços básicos de qualidade, há muito o que ser feito na área de infraestrutura. Essas obras demandam tempo, planejamento e captação de recursos. Precisamos avançar em drenagem urbana, pavimentação asfáltica de bairros, revitalização do tráfego e dos espaços públicos de lazer, etc.

Como foi o seu convívio com o parlamento municipal durante esses três anos?
Como já foi dito, minha origem política foi na Câmara Municipal de Palmas. Não tive dificuldade de relacionamento e tratei os vereadores com muito respeito, avançando sempre, após a exposição da importância dos projetos. Ajustamos a legislação no que concerne ao código de postura, entre outras normas. Foi uma relação muito mais do que republicana, como deveria ser mesmo.

E quanto ao partido e formação do grupo para a disputa de 2020? O Sr. vai continuar filiado ao PV?
Ainda não está definido, mas pode ser que eu fique na sigla. Tive vários convites, inclusive do MDB, através da deputada federal Dulce Miranda, que entendeu que minha filiação pode fortalecer o partido em Porto Nacional. Outras siglas também fizeram convites, mas em razão da nova regra eleitoral vigente a partir das eleições deste ano, além de outros fatores, ainda não decidi se permanecerei no PV ou migrarei para outro partido.

Entretanto, o que precisa ser priorizado é uma construção partidária que fortaleça e mantenha unido, o grupo político que me alçou ao comando da Prefeitura. Até o final de março e início de abril, tomaremos todas as decisões, priorizando sempre o conjunto, ao invés de vontades pessoais.