Aliados cobram decisão rápida da prefeita Cinthia Ribeiro
27 outubro 2019 às 00h00

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Indecisão da prefeita em relação às eleições do ano que vem preocupa políticos, que veem grupos adversários se movimentando

Uma grande parte dos eleitores palmenses já está definindo suas escolhas – pelo menos em relação à chapa majoritária – para as eleições municipais de 2020. Dois pré-candidatos já estão bem definidos: a atual prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) e o vice-governador Wanderlei Barbosa (PHS). Outros certamente surgirão no decorrer do caminho, mesmo porque o grupo do ex-prefeito Amastha (PSB), por exemplo, anseia por ter a chance de retomar o poder na capital. Além deles, o grupo político do MDB/PV – uma parceria antiga, diga-se de passagem – também se posicionará neste cenário. Em contrapartida, há ainda a possibilidade do surgimento de um outsider ou, quem sabe, o lançamento da candidatura do deputado estadual Junior Geo (PROS) que, a grosso modo, não teria nada a perder.
Mas o que incomoda mesmo os simpatizantes da prefeita e candidata à reeleição é a sua resistência em promover o debate político, como se ele não batesse à porta dela todos os dias. Aliados e adversários questionam, simultaneamente, porque Cinthia não se envolve com as questões que tratam de alianças políticas, da formação de grupos ou mesmo a definição da sigla a qual disputará o pleito. Sem esse “start” por parte da gestora, até mesmo seus aliados se vêem perdidos, sem saber qual rumo tomar.
Cinthia Ribeiro acredita que a executiva nacional do PSDB vai forçar o presidente estadual, o ex-senador Ataídes Oliveira, a lhe ceder a legenda para a disputa. Ele tem a maioria dos votos do diretório metropolitano. As decisões municipais são soberanas. Baseado nisso, é fato notório que Ataídes não cederá um milímetro, face a declarada guerra que ambos mantém entre si.
Segundo fontes, a prefeita já foi convidada, reiteradas vezes, pela deputada federal Professora Dorinha, para se filiar ao DEM, mas ela não diz nem que sim, e nem tampouco que não. Seria um passo importante, porque essa decisão refletiria e contribuiria muito com a decisão dos aliados que, repita-se, estão perdidos.
A prefeita parece não ter herdado o “faro político” do saudoso senador João Ribeiro – que a deixou viúva em 2013. Habilidoso como poucos, João sempre agregou pessoas ao seu lado e, naturalmente, às suas candidaturas. Homem de grupo, sempre prestigiou os companheiros e aliados, não deixando-os “na chapada”, como se diz à boca pequena.
Cinthia precisa se posicionar urgentemente. Não há alternativa. Ou ela assume a postura de líder e forma um grupo político ou sua reeleição estará fadada ao insucesso. Não basta gestão dos recursos públicos que, a princípio, a prefeita tem demonstrado conseguir. É necessário entrar na disputa muito antes dela acontecer, porque exércitos sem aliados de peso ou compostos por soldados dispersos e sem liderança, costumam perder as batalhas que disputam.